Europa no vermelho. Gás dispara e juros europeus aliviam
Acompanhe aqui minuto a minuto o desempenho dos mercados durante a sessão desta terça-feira.
- Ásia em dia de ganhos. Europa mira no vermelho
- Petróleo segue em alta com receios do lado da oferta
- Ouro ganha de olhos na Fed
- Dólar perde antes da Fed
- Juros aliviam na Zona Euro e Estados Unidos
- Europa mista. Retalho perde mais de 2% com Walmart
- Retalho pressiona Wall Street na abertura no dia em que arranca reunião da Fed
- Ouro segue estável a recuperar atratividade
- Euro derrapa mais de 1% perante crise de gás
- Juros da dívida nacional renovam mínimos de maio. "Yields" das Bunds abaixo de 1%
- Europa encerra com ligeiras quedas, pressionada por cenário de crise energética
- Petróleo em queda. Gás renova máximos de março apesar de acordo da UE
As principais praças asiáticas registaram ganhos moderados, a recuperar das perdas desta segunda-feira. A obter maiores ganhos estiveram as tecnológicas chinesas depois de terem surgido notícias de que a Alibaba está considerar mudar a principal cotação para a bolsa de Hong Kong.
Os olhos estão agora postos na Reserva Federal norte-americana que inicia esta terça-feira um encontro de dois dias onde será decidido o aumento das taxas de juro. Analistas consultados pela Bloomberg indicam que uma subida em 75 pontos base é um "done deal".
Já a Europa está a apontar para uma negociação em terreno negativo. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 perdem 0,11%.
"Apesar de vários dados a apontarem para uma desaceleração económica, parece que os mercados estão a ficar habituados a este tipo de narrativa", explica Jun Rong Yeap, da IG Asia, à Bloomberg.
"Mas isto claramente vai ser testado a um maior nível, com uma série de resultados de tecnológicas, reunião da Fed, mas também a inflação nos Estados Unidos e dados sobre sentimento do consumidor", adiantou ainda.
Na Ásia, pela China, o tecnológico Hang Seng subiu 1,5% e Xangai ganhou 0,8%. No Japão, o Nikkei cedeu 0,15% e o Topix subiu 0,2% Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,3%.
O petróleo está a avançar pelo segundo dia consecutivo, em dias marcados por um aperto na oferta, à medida que aumentam receios de um recuo económico a nível global.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA e com entrega prevista em setembro, perde 1,75% para 98,39 dólares. Já o Brent do Mar do Norte, "benchmark" para a Europa e com entrega prevista para o mesmo mês, ganha 1,68% para 106,92 dólares.
O banco norte-americano Morgan Stanley reduziu as previsões do preço de crude para o resto do ano e 2023, justificando com reduções na oferta.
"Há claros problemas com a oferta no mercado, o que vai manter um aperto no petróleo para o resto do ano", indica o analista Warren Patterson da ING Groep à Bloomberg.
O ouro está a valorizar, na aproximação de uma nova subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana. Segundo indicam os analistas, a subida será de 75 pontos base.
O aumento das taxas diretoras por parte da Fed pode estar a dar força ao ouro, que é visto com um ativo seguro por excelência. Ainda assim, nas últimas semanas o dólar tem ocupado esse lugar.
O metal amarelo ganha 0,45% para 1.727,59 dólares por onça. Já o paládio valoriza 0,32% para 2.016,62 dólares e platina sobe 0,61% para 888,43 dólares."O dólar norte-americano tem estado a registar ganhos e isso deve estar a ajudar a uma desvalorização do ouro", explica Nicholas Frappell, analista da ABC Refinery, à Bloomberg. "Até agora, 'rallies' do ouro não estão a convencer e os investidores estão a aguardar a reunião da Fed para mais indicações".
O dólar está a desvalorizar em relação ao euro, pelo quarto dia consecutivo, à medida que os investidores se preparam para uma subida das taxas de juro por parte da autoridade monetária norte-americana.
O índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra um cabaz de dez divisas rivais - perde 0,01% para 106,475 pontos.O euro ganha 0,13% em relação ao dólar e perde 0,04% em relação ao iene. Já face ao franco suíço a moeda única europeia valoriza 0,03%.
"Estamos a assistir a alguma venda do dólar através de várias moedas, mas os futuros estão relativamente inalterados, por isso não é claro que se estes são movimentações que estão ligadas" explica Mingze Wu, analista da Stonex Financial à Bloomberg. "Parece uma movimentação pura do dólar, potencialmente posicionamento por parte de alguma empresa maior."
Os juros das dívidas da Zona Euro estão a aliviar ligeiramente.
A "yield" da dívida alemã a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro – perde 1,9 pontos base para 0,993%.
Os juros da dívida espanhola são os que mais cedem e perdem 4,5 pontos base para 2,167%. Já a "yield" da dívida italiana a 10 anos alivia 1,5 pontos base para 3,258%.
Quanto aos juros das obrigações portuguesas no mesmo vencimento, estas são as segundas que mais aliviam e subtraem 4 pontos base para 2,087%.
Já nos Estados Unidos, no dia que marca o início de um encontro de dois dias por parte da Reserva Federal norte-americana os juros da dívida a dez anos aliviam 1,5 pontos base para 2,781%.
As principais praças da Europa ocidental estão a negociar de forma mista no início de sessão desta terça-feira.
O índice de referência, Stoxx 600, cede 0,23% para 425,28 pontos. A liderar as perdas está o setor do retalho (-2,41%), depois da multinacional Walmart ter anunciado um corte nas perspetivas de crescimento para o resto do ano, colocando em causa a resiliência das despesas dos consumidores num contexto de inflação e desaceleração económica.
A registar os maiores ganhos está o setor do petróleo e gás (1,24%), isto depois da Gazprom ter anunciado esta segunda-feira que ia parar mais uma das turbinas na estação compressora de Portovaya, que serve o Nord Stream. Os fluxos de gás neste gasoduto ficam assim reduzidos a menos de 20% da capacidade normal. "Mantemo-nos cautelosos em relação ao mercado acionista europeu, já que uma recessão na Zona Euro é mais provável do que nos Estados Unidos", esclarece Valentine Ainouz, analista da Amundi em declarações à Bloomberg. "A dependência da Zona Euro do gás russo permanece uma grande ameaça para a economia europeia. A redução desta dependência vai também pesar na economia da região a médio prazo", adiantou. Nos restantes índices do Velho Continente, em Amesterdão, o AEX ganha 0,44% e o britânico FTSE 100 soma 0,27%. Já o lisboeta PSI avança 0,33%. A registar uma negociação negativa está o italiano FTSEMIB que perde 0,53%, o espanhol IBEX 35 cede 0,52% e o alemão DAX cede 0,44%.
"Mantemo-nos cautelosos em relação ao mercado acionista europeu, já que uma recessão na Zona Euro é mais provável do que nos Estados Unidos", esclarece Valentine Ainouz, analista da Amundi em declarações à Bloomberg.
"A dependência da Zona Euro do gás russo permanece uma grande ameaça para a economia europeia. A redução desta dependência vai também pesar na economia da região a médio prazo", adiantou.
Nos restantes índices do Velho Continente, em Amesterdão, o AEX ganha 0,44% e o britânico FTSE 100 soma 0,27%. Já o lisboeta PSI avança 0,33%.
Wall Street arrancou a sessão no vermelho, pressionada sobretudo pelo retalho, depois de o peso pesado do setor, a Walmart, ter reduzido as estimativas de lucro para este ano, à medida que a inflação continua a pesar sobre as despesas dos consumidores.
O industrial Dow Jones cai 0,32% para 31.891,07 pontos, o S&P 500 perdeu 0,63% para 3.943,15 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite derrapa 0,99% para 11.662,84 pontos.
As ações da Walmart seguem a cair 8,03%, sendo acompanhada pela Target que perde 3,47%. "Não é uma surpresa, por norma é comum que tal aconteça quando a inflação está alta", comentou Eugenio J. Alemán, economista-chefe da Raymond James, em declarações à Reuters. "As pessoas estão a reduzir as compras mediante as suas necessidades", acrescentou.
Entre os principais movimentos de mercado destaca-se ainda a queda de 3,46% dos títulos da Amazon, após a empresa liderada por Andy Jassy ter anunciado que vai aumentar os preços das entregas e dos serviços de "streaming" na Europa em até 43% este ano, para fazer frente à escalada dos custos. O aumento dos preços arranca em setembro.
Durante a sessão, os olhos dos investidores estão ainda virados para a reunião de política monetária de dois dias da Reserva-Federal norte-americana (Fed) que arranca esta terça-feira. Segundo a Bloomberg, o banco central liderado por Jerome Powell deve subir a taxa de fundos federais em 75 pontos base para um intervalo entre 2,25% e 2,5%.
O banco central dos EUA iniciou um ciclo de subida dos juros diretores em março passado, com um aumento de 25 pontos base. Na reunião seguinte, a de maio, procedeu a um incremento maior: 50 pontos base, e em junho a subida já foi de 75 pontos base para um intervalo entre 1,5% e 1,75%, onde está atualmente.
Os analistas, citados pela agência norte-americana, acreditam que além desta subida, a Fed evitará dar demasiados detalhes sobre os próximos passos a dar acerca da sua política monetária – o que em inglês é batizado de "forward guidance" - de forma a manter todas as opções em aberto, mediante os dados económicos que serão conhecidos até à próxima reunião em setembro.
"Esperamos que a Fed mantenha todas as opções em aberto e evite qualquer orientação mais forte", escreveram os analistas do Goldman Sachs a semana passada numa nota de "research", citada pela Bloomberg.
O ouro segue a negociar estável esta terça-feira. Sinais de uma tendência otimista a par de uma queda do dólar nos últimos dias face ao passado dia 13 de julho, quando a "nota verde" chegou a valer mais do que o euro, parecem estar a reavivar as qualidades do "metal amarelo" como ativo de refúgio, após um ano em que esta não tem sido a principal escolha dos investidores.
O metal precioso segue a desvalorizar 0,02% para 1.719,50 dólares por onça, ao passo que a platina cede 0,56% para 878,11 dólares e o paládio cai 0,17% para 2.006,70 dólares.
Os investidores estão com as atenções viradas para o encontro de dois dias da Reserva Federal, que arrancou esta terça-feira, e do qual deverá sair uma nova subida das taxas de juro, desta vez em 75 pontos base.
A moeda única europeia derrapa 1,01% para 1,0117 dólares, pressionado pela força do dólar e pelo acordo da UE para reduzir o consumo de energia no bloco, numa altura em que a possibilidade de um corte total do gás russo se torna cada vez mais real.
A reunião de política monetária da Fed arranca esta terça-feira e termina quarta-feira com as decisões dos decisores políticos.
O banco central dos EUA iniciou um ciclo de subida dos juros diretores em março passado, com um aumento de 25 pontos base. Na reunião seguinte, a de maio, procedeu a um incremento maior: 50 pontos base, e em junho a subida já foi de 75 pontos base para um intervalo entre 1,5% e 1,75%, onde está atualmente.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a nota verde com 10 divisas rivais – soma 0,66% para 107,19 pontos, numa altura em que o mercado aposta em que a Reserva Federal norte-americana (Fed) suba a taxa de fundos federais em 75 pontos base.
Os juros aliviaram na Zona Euro, com destaque para a Península Ibérica, onde as yields das dívidas a dez anos assistiram a subtrações na ordem dos dois dígitos.
Os juros das Bunds alemãs – "benchmark" para o mercado europeu – aliviaram 9,3 pontos base para 0,919%, renovando mínimos do final de maio.
Por sua vez, a yield da dívida italiana cai 4,1 pontos base para 3,232%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 10,8 pontos base para 2,018%, renovando mínimos de dois meses.
Por fim, em Espanha a yield das obrigações a dez anos subtraiu 11,6 pontos base para 2,097%.
As principais praças da Europa ocidental encerraram a sessão com ligeiras quedas. Isto numa altura em que os investidores assimilam a resistência das empresas, que já começaram a divulgar os resultados do segundo trimestre, e estão atentos aos riscos de uma crise energética provocada pela redução de gás proveniente da Rússia.
O Stoxx 600 caiu 0,03% para 426,13 pontos, com o setor da energia a sustentar pelo índice. Em sentido contrário esteve o setor do retalho, que registou uma queda de 4,22% após a Walmart ter reduzido as perspetivas de lucro.
Nos restantes índices do Velho Continente, em Amesterdão, o AEX cedeu 0,11%, o italiano FTSEMIB caiu 1,04%, o espanhol IBEX recuou 0,20% e o alemão DAX perdeu 0,86%.
Os riscos de uma crise energética na Europa aumentaram após a estatal russa Gazprom ter anunciado uma redução do fornecimento de gás natural para menos de 20% da sua capacidade.
Paul Jackson, chefe global de alocação de ativos da Invesco, considera que o mercado acionista ainda não incorporou esta redução do fornecimento de gás. "Se o fornecimento for cortado abrutamente, isto significará uma grave recessão e acho que isso ainda não está a ser contabilizado", defendeu.
Os investidores estão esta terça-feira atentos ao encontro de dois dias da Fed, do qual deverá sair uma nova subida das taxas de juro.
O petróleo segue a desvalorizar, numa altura em que surge o receio de uma contração económica motivada pelo endurecimento da política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O West Texas Intermediate – referência para o mercado norte-americano – perde 1,70% para 95,06 dólares por barril. Além da Fed, o mercado está a ser pressionado pela divulgação dos dados relativos à confiança do consumidor em julho nos EUA que renovou mínimos de fevereiro do ano passado.
Já o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, derrapa 0,44% para 104,69 dólares.
No mercado do gás, a matéria-prima negociada em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu – escala 14,74% para 202,45 euros por megawatt-hora, depois de durante a sessão ter alcançado o patamar dos 205 euros, renovando máximos de março.
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