Europa recupera de semana negra com maior ganho em três meses
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
- Economia chinesa convida bolsas a subirem
- Libra valoriza no arranque de semana decisiva para acordo pós-Brexit
- WTI abaixo dos 40 dólares com receios sobre crescimento
- Ouro consolida abaixo dos 1.900 dólares
- Juros dos periféricos em queda à espera de Lagarde
- Europa volta em força ao verde com banca a liderar
- PSI-20 salta cerca de 2% com BCP a afastar-se de mínimos históricos
- Bolsas dos EUA arrancam a semana em alta
- Esperança em acordo dá impulso à libra
- Ouro recupera após tocar mínimo de dois meses
- Juros em queda ligeira
- Bolsas europeias com maior subida desde junho
- Queda do dólar sustenta petróleo
As ações na Ásia subiram no arranque da semana, e a Europa e os Estados Unidos preparam-se para enveredar pelo mesmo caminho, de acordo com os futuros. A devolver a esperança aos investidores em contexto agravado de pandemia está a economia chinesa, que dá sinais de recuperação.
Os títulos acionistas mostraram ganhos em Seul, Tóquio e Hong Kong. Em Nova Iorque, o S&P500 sinaliza querer mover-se na mesma direção e, na Europa, os futuros do Stoxx 50 estão mesmo a disparar quase 2%.
As ações a nível global mantêm-se prontas a fechar o primeiro mês com saldo negativo desde março, pressionadas pelo crescente número de casos de coronavírus em todo o mundo. Contudo, a China veio animar ao revelar, durante o fim de semana, que as empresas do setor industrial do país lucraram pelo quarto mês consecutivo em agosto.
"Os dados são um bom augúrio para a história de crescimento da China", afirmou um analista da AxiCorp, em declarações à Bloomberg.
A moeda britânica negoceia em alta no arranque duma semana que pode ser decisiva para o relacionamento futuro entre o Reino Unido e a União Europeia, já que decorre em Bruxelas a nona ronda de negociações entre as equipas dos dois lados, que é vista como crucial para concluir um acordo de comércio antes do Conselho Europeu de 15 de outubro.
Se as negociações entre Michel Barnier e David Frost derem frutos até sexta-feira, seguem-se depois duas semanas de intensas discussões, de modo a que seja possível colocar o acordo no papel a tempo de ser aprovado no Conselho Europeu de 15 de outubro.
Fonte dos dois lados, segundo a Bloomberg, mostam-se "cautelosamente otimistas", o que está a dar à libra um arranque de semana positivo. A moeda britânica sobe 0,27% para 1,278 dólares e ganha 0,3% para 1,0988 euros.
No câmbio contra o dólar a moeda europeia segue estável (-0,02% para 1,1629 dólares).

O petróleo persiste em terreno negativo nos mercados internacionais já que os investidores continuam pessimistas com a evolução da procura da matéria-prima. O WTI, negociado em Nova Iorque, desce 0,84% para 39,91 dólares e o Brent, que transaciona em Londres, recua 0,72% para 41,62 dólares.
A matéria-prima concluiu na sexta-feira a terceira queda semanal em quatro semanas na sexta-feira devido aos receios sobre o crescimento do outlook da procura em resposta ao aumento de casos de covid-19 um pouco por todo o mundo. "Os investidores tornaram-se mais cautelosos no geral (…) uma vez que as recentes subidas de casos de coronavírus aumentaram as questões sobre o que é que uma segunda vaga pode significar para a economia mundial e a procura de recursos", disse Colin Cieszynski, estratega-chefe de mercado da SIA Wealth Management, citado pela Dow Jones.
O ouro negoceia estável no arranque da semana, numa altura em que o dólar também regista variações pouco expressivas. O metal precioso tem transacionado abaixo dos 1.900 dólares desde que perdeu esta barreira e esta segunda-feira desce 0,06% para 1.860,48 dólares no mercado à vista em Londres. É a quinta sessão em terreno negativo nas últimas seis.
No mercado de dívida soberana da Europa os juros as obrigações dos países periféricos estão a recuar, contrariando a evolução da taxa das bunds. Contudo as variações são pouco expressivas, numa altura em que os investidores as palavras de Christine Lagarde esta segunda-feira no Parlamento Europeu.
A segunda vaga de covid-19 na Europa aumentou a pressão para o Banco Central Europeu reforçar os estímulos à ainda debilitada economia europeia, sendo que esta segunda-feira Christine Lagarde poderá dar pistas sobre se o banco central vai avançar com mais estímulos até ao final do ano.
A taxa das obrigações portuguesas a 10 anos desce 0,9% para 0,252%, muito perto de mínimos de fevereiro. Na dívida espanhola com a mesma maturidade a descida também é de 0,9 pontos base, para 0,234%. Já nas bunds a 10 anos assiste-se a um ligeiro agravamento de 0,6 pontos base, para -0,524%, uma taxa que persiste abaixo da taxa de depósitos do BCE.
As principais praças da Europa alinham-se em força no verde, num dia em que o setor da banca empresta músculo aos índices europeus.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, segue a subir 1,66% para os 361,42 pontos, a maior subida desde 7 de setembro. As principais bolsas do Velho Continente afirmam-se também acima da fasquia do 1% e, no caso do alemão Dax, os ganhos superam mesmo os 2%.
A contribuir para estas subidas estão sobretudo as cotadas do setor bancário, que registam uma soma de 4,10%, numa recuperação a pique desde os mínimos registados na última sessão, quando recuou a níveis de 1988.
O banco HSCB é a segunda cotada com o melhor desempenho a nível europeu, ao registar um salto de 11% nas ações. Esta instituição dispara depois de o seu maior acionista ter decido reforçar a sua posição. Esta decisão está a dar confiança aos investidores de que serão distribuídos dividendos.
Entre as empresas mais ganhadoras encontram-se mais dois bancos, o Standard Chartered e o Deutsche Bank, avançando ambos mais de 5%.
Ainda em destaque está a ArcelorMittal, que valoriza 7,78% depois de a Cleveland-Cliffs ter acordado a compra do negócio da empresa europeia nos Estados Unidos.
A bolsa nacional segue em alta, com o PSI-20 a somar 1,95% para os 4.073,60 pontos, depois de na semana passada ter fechado com o terceiro balanço mais negativo desde o início do ano.
A tendência positiva é partilhada com as principais praças europeias. A banca torna-se a protagonista do bom desempenho, saindo de mínimos de 1988 com uma salto de mais de 4%. Bons sinais da indústria chinesa também estão a ajudar ao sentimento.
Em Lisboa, o BCP dá força ao PSI-20 com uma subida de 3,54% para os 8,2 cêntimos, depois de já ter avançado mais de 4,5%. O banco impõe-se no verde depois de ter sido noticiado pelo Expresso que este estará disponível para uma fusão com o Banco Montepio , sendo que essa disponibilidade já foi comunicada ao Governo.
A instituição liderada por Miguel Maya sobe depois de ter terminado a semana passada abaixo do patamar dos 8 cêntimos por ação, tocando um mínimo histórico.
Ainda a puxar pelo índice nacional estão as papeleiras e a Nos. O pódio dos ganhos é liderado pela Semapa, que soma 5,86% para os 7,59 euros e é seguida pela Nos, que valoriza mais de 4,25% para os 3,04 euros.
A bolsa em Nova Iorque abriu em alta, com os investidores a aproveitarem os "saldos" nos preços das ações, proporcionados pelo recente sell-off.
O generalista S&P500 avança 1,49% para os 3.346,73 pontos, o industrial Dow Jones ganha 1,61% para os 27.611,82 pontos e o Nasdaq sobe 1,37% para os 11.063,06 pontos.
"É difícil ficar demasiado pessimista", defende um analista da BlueBay Asset Management, pois "ao olharmos para 2021, o crescimento será mais forte, os governos vão manter o apoio e reforçar a despesa orçamental. A vacina também deverá ser distribuída e a vida retornará ao normal em meados do próximo ano".
Em destaque está a empresa Uber, que valoriza 3,16% para os 35,55 dólares, no dia em que a Justiça britânica invalidou a decisão do regulador dos transportes de impedir a empresa de operar em Londres, este que é o maior mercado europeu para a empresa, e onde esta reúne 3,5 milhões de utilizadores e 45.000 motoristas.
A moeda britânica reforçou os ganhos da manhã e segue a valorizar perto de 1% face ao dólar, com os investidores a reagirem de forma positiva aos comentários positivos em Bruxelas sobre a possibilidade de ser alcançado um acordo que regule a relação comercial entre a União Europeia e o Reino Unido a partir de 2021.
A libra avança 0,84% para 1,2853 dólares e valoriza 0,69% para 1,1031 euros. A moeda norte-americana está hoje a perder parte do terreno alcançado nas últimas sessões devido ao maior apetite dos investidores por ativos de risco. O euro valoriza 0,16% para 1,1649 dólares.
Decorre esta semana a nona e decisiva ronda de negociações entre Londres e Bruxelas para um acordo de comércio pós-Brexit, sendo crucial para concluir um acordo de comércio antes do Conselho Europeu de 15 de outubro. Meados de outubro é considerado o prazo para alcançar um entendimento, senão a ausência de um acordo resultará em tarifas aduaneiras no comércio entre o Reino Unido e o bloco europeu a partir de 1 de janeiro de 2021.
O ouro está a valorizar esta segunda-feira, depois de ter tocado no valor mais baixo dos últimos dois meses, nos 1.848,80 dólares.
O metal precioso, que completou na sexta-feira a maior queda semanal desde março, está assim a contrariar a evolução do dólar norte-americano, que perde valor numa altura em que os investidores estão otimistas e confiantes que o recente selloff nas ações já está ultrapassado.
A sessão está a ser de ganhos nos mercados acionistas, mas os especialistas alertam que deverá ser uma semana muito volátil, marcada pelo primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden, na terça-feira, e pelos dados do emprego nos Estados Unidos, na sexta-feira.
Nesta altura, o ouro sobe 0,46% para 1.870,37 dólares enquanto a prata soma 1,81% para 23,3025 dólares.
Os juros da dívida da generalidade dos países do euro desceram ligeiramente nesta primeira sessão da semana, marcada pelo otimismo dos investidores, que voltou a dar ganhos às ações.
Em Portugal, os juros das obrigações a dez anos recuaram 0,7 pontos base para 0,254%, enquanto em Espanha recuaram 0,1 pontos para 0,241%. Em Itália a descida foi de 0,7 pontos base para 0,876%.
Na Alemanha, pelo contrário, a yield da dívida a dez anos registou uma subida ligeira de 0,2 pontos base para -0,529%.
As principais praças europeias estão a recuperar das fortes quedas da semana passada com a maior subida diária desde 16 de junho, num dia em que o setor da banca lidera o sentimento de correção.
O índice de referência para o continente, o Stoxx 600, subiu 2,2%, com os bancos do "velho continente" a escalarem 5,6%, depois do britânico HSBC ter registado o maior ganho desde 2009, graças ao aumento de participação de um investidor chinês.
Outros setores, como o das fabricantes automóveis (+3,7%) ou do turismo (+2,6%) registaram boas prestações.
Por cá, o índice PSI-20 ganhou 2,33% para os 4.088,54 pontos na sessão desta segunda-feira, dia 28 de setembro, acompanhando os ganhos registados nas restantes praças do "velho continente". A bolsa nacional registou assim o ganho mais expressivo desde 16 de junho deste ano.
Com 14 cotadas em alta, três em queda e uma inalterada, o BCP destacou-se com um ganho de 4,17% para os 8,25 cêntimos por ação, naquela que foi a maior valorização diária desde o início de junho deste ano.
As cotações do petróleo seguem em alta nos principais mercados internacionais.
Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em novembro avança 0,40% para 40,41 dólares por barril.
No mercado londrino, o Brent do Mar do Norte, crude de referência para as importações europeias, soma 0,76% para 42,24 dólares.
Apesar de a matéria-prima continuar pressionada pelos receios de uma nova quebra da procura, decorrente das novas restrições devido ao ressurgimento da covid-19, o facto de o dólar estar hoje a corrigir para a baixa está a ajudar, uma vez que o petróleo é denominado na nota verde e fica assim mais atrativo como investimento.
Ainda assim, as cotações do crude já estão longe dos máximos da sessão. "A procura não recuperou completamente e estamos numa altura em que o consumo tende a diminuir. É esta a maior preocupação dos mercados petrolíferos: a procura vai retomar?", comentou à Bloomberg o vice-presidente executivo da Confluence Investment Management, Bill O’Grady.
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