Época de resultados atira Europa para máximos de mais de um ano
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
- Europa aponta para o verde. Ásia fecha mista após dados económicos
- Recuperação na China dá força ao petróleo. Gás valoriza
- Ouro recupera terreno e segue a valorizar
- Euro valoriza face ao dólar
- Juros agravam-se na Zona Euro
- Europa arranca no verde em dia de mais contas nos Estados Unidos
- Euribor cai a três e a seis meses e sobe a 12 meses
- Wall Street abre mista, com investidores a avaliarem resultados
- Ouro regressa ao patamar dos 2.000 dólares por onça
- Dólar penalizado por PIB na China acima do esperado
- Petróleo recua com receios de recessão
- Juros da Zona Euro mistos com subida das taxas do BCE na mira
- Época de resultados atira Europa para máximos de mais de um ano
As bolsas europeias apontam para um arranque em terreno positivo, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a subirem 0,2%.
Os investidores estão agora com as atenções centradas na "earnings season", que vai permitir também perceber o impacto que as sucessivas subidas das taxas de juro tiveram nas empresas.
Na Ásia, a negociação fechou mista, num dia em que foram divulgados uma série de dados económicos. Apesar de no último trimestre o PIB chinês ter crescido 4,5% - a um nível mais acelerado do que os economistas previam - e de o gasto dos consumidores ter aumentado, os investidores focaram-se na produção industrial, que mostrou um crescimento mais fraco (3,9%).
"A maior parte dos indicadores [económicos] superam as estimativas, sobretudo o PIB e as vendas a retalho mas o investimento no imobiliário ainda está abaixo do esperado", afirmou Willer Chen, analista sénior na Forsyth Barr Asia, à Bloomberg.
Na China, Xangai subiu 0,23% e em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,74%. No Japão, o Topix somou 0,69% enquanto o Nikkei subiu 0,51%. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,27%.
O petróleo segue a valorizar, impulsionado pelos dados divulgados esta terça-feira na China. O Produto Interno Bruto chinês cresceu 4,5% nos primeiros três meses do ano, acima das expectativas dos economistas, que esperavam 4%.
A recuperação da segunda maior economia mundial após o fim das restrições de combate à covid-19 deu força ao "ouro negro", impulsionando as previsões de procura por esta matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cede 0,36% para 81,12 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,35% para 85,08 dólares por barril.
Além do PIB, foram também divulgados outros dados, como a produção industrial, as vendas a retalho e o investimento imobiliário, tendo o último ficado aquém do esperado. Mas, no geral, o cenário retratado pelos indicadores foi visto como "sólido".
No mercado do gás natural, a matéria-prima negociada em Amesterdão, o TTF, soma 1,1% para os 41,6 euros por megawatt-hora, numa altura em que os investidores avaliam o impacto de uma menor oferta, devido ao início do período de manutenção anual em algumas das maiores infraestruturas da Noruega.
O ouro segue a valorizar, após dois dias consecutivos de perdas provocadas por sinais de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana poderá manter o ciclo de subidas durante mais tempo.
As perspetivas dos investidores alteraram-se ligeiramente face à semana passada, quando o sentimento do mercado era de que a Fed tinha a missão de reduzir a inflação sobre controlo após uma queda inesperada dos preços no produtor nos Estados Unidos.
Apesar de ter perdido algum gás na negociação, o metal precioso mantém-se a valorizar, impulsionado por preocupações quanto à situação geopolítica e macroeconómica.
O ouro sobe 0,35% para 2.002,20 dólares por onça, o paládio soma 3,38% para 1.613,24 dólares, a platina cresce 0,40% para 1.056,30 dólares e a prata avança 0,51% para 25,16 dólares.
O euro segue a valorizar face à divisa norte-americana, estando a moeda única europeia a somar 0,31% para 1,0960 dólares.
A expectativa é de que o Banco Central Europeu dê continuidade à batalha de combater a inflação através das subidas dos juros nos próximos meses. Os economistas ouvidos pela Bloomberg acreditam que o pico das taxas dos depósitos deverá fixar-se nos 3,75%, após mais três subidas consecutivas de 25 pontos base.
O dólar fez uma pausa nos ganhos dos últimos dias à boleia da expectativa de que a Fed vai continuar a subir as taxas de juro durante mais tempo. Apesar de a inflação nos Estados Unidos ter abrandado para os 5% em março - o nível mais baixo em quase dois anos - o mercado está a dar como certa uma subida de 25 pontos base na próxima reunião, em maio.
Os juros da dívida soberana estão a agravar-se na Zona Euro, o que mostra uma menor aposta dos investidores nas obrigações - considerados ativos mais seguros.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, sobe 1,7 pontos base para 2,484 e os juros da dívida pública italiana somam 2,6 pontos base para 4,323%.
Os juros da dívida soberana portuguesa agravam-se 1,9 pontos base para 3,309%, os juros da dívida espanhola sobem 1,8 pontos base para 3,508% e os juros da dívida francesa somam 1,6 pontos base para 3,033%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aumentam 4,9 pontos base para 3,733%.
As bolsas europeias abriram com ganhos, num dia em que os investidores aguardam pela divulgação de mais contas do primeiro trimestre e analisam os mais recentes dados económicos na China.
O PIB chinês cresceu 4,5% nos primeiros três meses do ano, acima dos 4% previstos pelos analistas.
O Stoxx 600, índice de referência para a região, sobe 0,23% para os 467,91 pontos. Dos 20 setores que o compõem, o da banca e o da tecnologia são os que mais valorizam (0,96% e 0,53%, respetivamente), enquanto o das utilities (água, luz e gás) é o que mais perde (-0,43%).
Entre as principais movimentações, a Ericsson vê as ações recuarem 4,69% para as 59,50 coroas suecas após ter divulgado que o recuo no investimento em 5G em alguns dos mercados mais maduros vai continuar, enquanto a EasyJet valoriza 3,09% para 526,80 pences (cerca de 5,24 libras), impulsionada pela divulgação de que as reservas para os próximos meses mantêm-se elevadas, o que levou a uma revisão em alta das perspetivas de lucros.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax valoriza 0,17%, o francês CAC-40 cresce 0,29%, o espanhol Ibex 35 sobe 0,14%, o italiano FTSE Mib avança 0,26% e o britânico FTSE 100 cresce 0,26%. O Aex, em Amesterdão, sobe 0,35%.
Os investidores aguardam hoje pela divulgação de mais contas do outro lado do Atlântico, com esta terça-feira a ser marcada pelos resultados da Netflix, do Bank of America e do Goldman Sachs.
A taxa Euribor desceu hoje a três e a seis meses, depois de ter atingido novos máximos desde novembro de 2008 nos dois prazos na sessão anterior, e subiu a 12 meses.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 3,793%, mais 0,029 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 9 de março.
Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.
Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,534% em fevereiro para 3,647% em março, mais 0,113 pontos.
Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, baixou hoje, para 3,562%, menos 0,016 pontos, contra 3,578% na segunda-feira, um novo máximo desde novembro de 2008.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,135% em fevereiro para 3,267% em março, mais 0,132 pontos.
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também recuou hoje, para 3,200%, menos 0,019 pontos e contra 3,219% na segunda-feira, um novo máximo desde novembro de 2008.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 2,640% em fevereiro para 2,911% em março, ou seja, um acréscimo de 0,271 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na última reunião de política monetária, em 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Os principais índices de Wall Street estão a negociar mistos esta terça-feira, depois de o Bank of America e a Johnson & Johnson terem revelado resultados melhores que o esperado relativamente ao primeiro trimestre.
Ainda assim, sinais de crescimento económico desequilibrado na China, bem como perspetivas de novas subida das taxas de juro pela Fed mantiveram os ganhos contidos.
O índice industrial Dow Jones recua 0,17% para 33.930,35 pontos, ao passo que o S&P 500 sobe 0,32% para 4.164,57 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,55% para 12.225,5 pontos.
O Bank of America avança 0,58%, depois de as receitas terem subido substancialmente devido ao pagamento de juros mais elevados por parte dos clientes, com a Reserva Federal norte-americana a aumentar o custo dos empréstimos.
Já o Goldman Sachs, que também apresentou contas referentes ao primeiro semestre do ano, perde 3,26%, após o lucro no primeiro trimestre ter diminuído, pressionado por transações no nível mais baixo numa década que pressionaram as receitas da banca de investimento.
Fora do setor financeiro a Johnson & Johnson desce 2,69%, mesmo depois de o grupo ter subido as perspetivas de lucros para o resto do ano, na expectativa de que as vendas do novo tratamento para o cancro e o novo medicamento Darzalex se possam sobrepor à quebra de outro tipo de produtos.
A Nvidia sobe 3,56% após o HSBC ter aumentado a recomendação da tecnológica para "comprar", justificado com o facto de a empresa estar a mostrar melhor colocação de preço dos seus "chips" do que era esperado.
"Ao passo que estamos menos preocupados sobre os resultados no primeiro trimestre, dadas as expectativas controladas e o facto de, genericamente, os dados serem positivos, o foco dos investidores vai estar no 'guidance'" para o resto do ano, afirmou o analista Mathieu Racheter, da Julius Baer à Reuters.
"O atual consenso de mercado estima uma recuperação na subida das receitas e dos lucros a partir do terceiro trimestre", completou.
O ouro está a valorizar e a negociar novamente acima da fasquia dos dois mil dólares por onça, numa altura em que o dólar está a negociar em baixa, com os investidores a procurarem maior clareza sobre o caminho de subida das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana.
O metal amarelo sobe 0,72% para 2.009,64 dólares por onça.
"A subida de quase 10% no preço do ouro no espaço de um ano tem sido largamente devido ao seu papel enquanto ativo refúgio, com o mercado a ser mais cauteloso relativamente a uma recessão e a riscos de instabilidade financeira", disse Han Tan, analista da Exinity, à Reuters.
Ainda assim, um novo máximo pode não ser possível até que existam certezas de um corte nas taxas de juro pela Fed mais tarde este ano, acrescentou o analista.
O dólar está a negociar em baixa nesta terça-feira, depois de terem sido divulgados dados melhores do que o esperado sobre a economia chinesa, cujo PIB cresceu 4,5% no primeiro trimestre em termos anuais, acima dos 4% esperados.
Dados sobre a atividade do retalho em março mostraram também um aumento do consumo no país, colocando o índice perto de um máximo de dois anos. A produção industrial chinesa também aumentou, mas ligeiramente abaixo das expectativas.
O dólar recua assim 0,36% para 0,9119 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – perde 0,35% para 101,742 pontos.
"Normalmente, num dia em que há bons dados sobre a atividade económica na China, há um 'rally' decente nas divisas usadas no comércio de 'commodities' e nas moedas de mercados emergentes, sendo que o dólar enfraquece - e estamos a começar a ver isso", explicou o analista Chris Turner, do ING, à Reuters.
"Os bons dados chineses são também vistos como uma boa notícia para o euro, devido ao setor industrial de grande dimensão", acrescentou Turner.
Os preços do "ouro negro" seguem a perder terreno nos principais mercados internacionais, pelo segundo dia consecutivo, com os investidores a avaliar um possível aumento dos juros diretores pela Fed na reunião de maio, que poderá penalizar as expectativas de retoma económica.
Os bons dados económicos provenientes da China não foram suficientes para animar o mercado, devido aos receios em torno das perspetivas de crescimento nos EUA.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cede 0,11% para 80,74 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 0,21% para 84,58 dólares.
Os juros da dívida soberana na Zona Euro terminaram o dia de forma mista, depois de o economista-chefe do Banco Central Europeu, Philip Lane, ter afirmado que uma nova subida das taxas de juro era apropriada na reunião de maio, com os dados disponíveis nas próximas semanas a determinarem a dimensão do aumento.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, subiu 0,5 pontos base para 2,472% e os juros da dívida pública italiana desceram 0,7 pontos base para 4,29%.
Os juros da dívida soberana portuguesa com o mesmo vencimento desceram 0,1 pontos base para 3,289%, os da dívida espanhola recuaram 0,2 pontos base para 3,488% e os da dívida francesa somaram 0,4 pontos base para 3,02%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica aumentaram 5,5 pontos base para 3,74%.
Os principais índices europeus terminaram o dia em alta, com o foco a virar-se para os resultados de empresas relativamente ao primeiro trimestre do ano. Ainda na mira estão as perspetivas para o crescimento económico, depois de dados da China terem mostrado uma recuperação significativa.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, somou 0,38% para 468,62 pontos - um máximo de fevereiro de 2022, com os setores das viagens, banca, mineiro e tecnológico a darem o maior impulso.
O sentimento dos investidores foi mais contido após a divulgação de dados que mostram que os ganhos salariais dos trabalhadores nos Estados Unidos se estão a sobrepor à inflação, aumentando o poder de compra e dando mais razões à Fed para um novo incremento dos juros diretores.
Entre os principais movimentos de mercado, a Ericsson caiu 8,59% e apontou o pior dia de negociação desde outubro, após ter avisado que irá continuar a reduzir o investimento em 5G nos mercados mais maduros.
Já a EasyJet ganhou 1,79%, potenciando os ganhos do setor das viagens na Europa, depois de ter revelado que as reservas continuam elevadas para os próximos meses, levando a empresa a subir o "guidance" das receitas pela segunda vez este ano.
A GSK terminou praticamente inalterada, após ter procedido com a compra da canadiana Bellus Health por cerca de dois mil milhões de dólares para aumentar a oferta de medicina experimental.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,59%, o francês CAC-40 valorizou 0,47%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,69%, o britânico FTSE 100 subiu 0,38% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,46%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,61%.
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