Tecnologia e imobiliário levam Stoxx 600 a mínimos de julho
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
- Europa aponta para o vermelho e Ásia fecha com perdas
- Dólar mais forte penaliza petróleo
- Ouro desliza com dólar mais forte
- Euro cede face ao dólar
- Juros mistos na Zona Euro
- Preocupações com política monetária e imobiliário na China atiram Europa para o vermelho
- Euribor desce a três, a seis e 12 meses
- Impasse sobre orçamento nos EUA pressiona Wall Street
- Ouro segue a negociar em baixa após tocar mínimos da semana
- Dólar abranda ganhos após voltar a tocar em máximos de dez meses
- Petróleo sobe com perspetiva de défice da oferta
- Juros agravam-se na Zona Euro. Mercado avalia comentários de membro do BCE
- Tecnologia e imobiliário levam Stoxx 600 a mínimos de julho
As bolsas europeias apontam para um arranque em terreno negativo, penalizadas por um dólar mais forte e pela atratividade dos elevados juros da dívida na região e nos EUA.
Os futuros do Euro Stoxx 50 cedem 0,3%, numa altura em que a ideia de taxas de juro elevadas durante mais tempo continua a penalizar o apetite dos investidores pelo risco.
Esta semana será recheada de discursos de membros do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), que tem estado cada vez mais dividido sobre o futuro dos juros. Hoje é o dia mais preenchido: o austríaco Robert Holzmann discursa em Viena e o economista-chefe Philip Lane em Paris.
Na Ásia, a sessão terminou com perdas com o setor imobiliário a pressionar o mercado chinês. A preocupação adensou-se depois de ontem a Evergrande, uma das maiores construtoras da China, ter falhado um pagamento de dívida e de vários ex-gestores, incluindo o ex-CEO Xia Haijun, terem sido detidos.
Na China, Xangai cedeu 0,3% e em Hong Kong o Hang Seng recuou 0,86%. No Japão, o Topix recuou 0,37% e o Nikkei 1,02%, num dia em que os investidores avaliam o impacto de juros da dívida mais elevados nos Estados Unidos e em que o iene estabilizou. Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 1,29%.

Apesar das perspetivas de uma menor oferta de petróleo, o crude está a ser penalizado por um dólar mais forte. Isto porque, sendo cotado em dólares, a valorização da divisa norte-americana está a tornar a matéria-prima mais cara para quem negoceia com outras moedas.
O West Texas Intermediate (WTI na sigla em inglês), referência para os Estados Unidos, está a cair 1,09% para 88,70 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 1,07% para 92,29 dólares por barril. Os cortes implementados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+ na sigla em inglês), assim como os adicionais levados a cabo pela Arábia Saudita e pela Rússia, têm impulsionado o petróleo, que valorizou mais de 25% desde o final de junho. Os bons ventos levaram analistas a considerar que a matéria-prima poderia em breve superar a fasquia dos 100 dólares por barril, mas as perspetivas de que a política monetária norte-americana irá manter-se restritiva durante mais tempo voltou a suscitar preocupações quanto à resiliência da economia. A associação comercial norte-americana American Petroleum Institute (API na sigla em inglês) revela esta terça-feira os dados dos stocks de crude no país na semana passada, podendo um recuo das reservas dar alento aos preços de crude. No mercado do gás natural, a matéria-prima negociada em Amesterdão, o TTF, desliza 3,6% para 42,84 euros por megawatt-hora.
Os cortes implementados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+ na sigla em inglês), assim como os adicionais levados a cabo pela Arábia Saudita e pela Rússia, têm impulsionado o petróleo, que valorizou mais de 25% desde o final de junho. Os bons ventos levaram analistas a considerar que a matéria-prima poderia em breve superar a fasquia dos 100 dólares por barril, mas as perspetivas de que a política monetária norte-americana irá manter-se restritiva durante mais tempo voltou a suscitar preocupações quanto à resiliência da economia.
A associação comercial norte-americana American Petroleum Institute (API na sigla em inglês) revela esta terça-feira os dados dos stocks de crude no país na semana passada, podendo um recuo das reservas dar alento aos preços de crude.

O ouro está a perder, pressionado pela valorização do dólar e pela "yield" da dívida norte-americana a 10 anos, que continua em níveis elevados.
A robustez da divisa norte-americana penaliza o metal precioso, uma vez que este é denominado na nota verde, pelo que, quando o dólar valoriza, fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas. E juros da dívida mais altos também, uma vez que o ouro não remunera rendimentos.
O ouro a pronto (spot) perde 0,16% para 1.912,84 dólares por onça, enquanto o paládio perde 0,82% para 1.224,36 dólares e a platina cede 0,63% para 908,98 dólares. Os investidores aguardam pela divulgação de indicadores nos Estados Unidos que indicam o curso da inflação no país. O chamado indicador PCE, que é visto pelos economistas como o indicador preferido da Reserva Federal (Fed) dos EUA no que toca à evolução dos preços, é divulgada na quarta-feira.
Os investidores aguardam pela divulgação de indicadores nos Estados Unidos que indicam o curso da inflação no país.
O chamado indicador PCE, que é visto pelos economistas como o indicador preferido da Reserva Federal (Fed) dos EUA no que toca à evolução dos preços, é divulgada na quarta-feira.
O euro está a desvalorizar face ao dólar, que renovou esta terça-feira máximos do ano.
A moeda única europeia desliza 0,02% para 1,0591 dólares.
A divisa norte-americana, que é também vista como um ativo-refúgio, está a beneficiar da perspetiva de que A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos irá aumentar os juros novamente este ano e de que as taxas vão manter-se elevadas durante mais tempo.
Numa entrevista ao Times of India, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que o mundo pode não estar preparado para o pior cenário de a Fed subir os juros para 7% a par de uma estagflação - cenário que combina inflação, estagnação da economia e desemprego a subir.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a negociar de forma mista, num dia em que os investidores continuam a mostrar aversão ao risco. A perspetiva de que os bancos centrais vão manter as taxas de juro em níveis elevados durante mais tempo está a gerar receio no mercado.
A "yield" da dívida portuguesa com maturidade a dez anos agrava-se 0,1 pontos base para 3,511%, enquanto os juros das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, aliviam 1,4 pontos base para 2,777%. A "yield" das obrigações germânicas desce um dia depois de ter renovado máximos de 2011 ao tocar nos 2,8%. Já a rendibilidade da dívida pública italiana sobe 1,6 pontos base para 4,671%, os juros da dívida espanhola caem 0,6 pontos base para 3,858% e os juros da dívida francesa aliviam 1,2 pontos base para 3,329%. Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aliviam 2,7 pontos base para 4,290%.
Já a rendibilidade da dívida pública italiana sobe 1,6 pontos base para 4,671%, os juros da dívida espanhola caem 0,6 pontos base para 3,858% e os juros da dívida francesa aliviam 1,2 pontos base para 3,329%.

As bolsas europeias abriram em terreno negativo, pressionadas por preocupações renovadas com o setor imobiliário na China e pelos elevados juros da dívida pública no mundo desenvolvido. A preocupação em torno do setor imobiliário chinês adensou-se depois de a Evergrande, uma das maiores construtoras da China, ter falhado um pagamento de dívida e de vários ex-gestores, incluindo o ex-CEO Xia Haijun, terem sido detidos.
O Stoxx 600, referência para a região, perde 0,33% para 448,96 pontos, com 19 dos 20 setores a registarem perdas. O do petróleo & gás é o que mais desvaloriza (-1,16%), seguido pelo da tecnologia, que cai 0,7%. Já o setor do retalho é o único que regista ganhos, embora muito ligeiros (0,02%).
Entre as principais movimentações, a operadora turística TUI desliza 4,16% para 4,3360 libras, com as perspetivas de juros elevados durante mais tempo a gerarem preocupações. "Com as taxas de juro a diminuírem o poder de gastar dos consumidores e a aumentarem os custos de vida, podem existir preocupações de que as reservas serão mais fracas a partir de agora", justificou Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown, em declarações à Bloomberg.
Já a ASML cai 1,89% para 544,5 euros.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 desliza 0,33%, o francês CAC-40 recua 0,59%, o espanhol Ibex 35 cai 0,07%, o italiano FTSE Mib cede 0,69% e o AEX, em Amesterdão, desvaloriza 0,46%. O britânico FTSE 100 é o único a registar ganhos, com uma subida de 0,15%.
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e 12 meses face a segunda-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje para 4,199%, menos 0,009 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 21 de setembro para 4,224%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, baixou hoje para 4,090%, menos 0,032 pontos do que em 25 de setembro, dia em que subiu para 4,122%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Por sua vez, a Euribor a três meses caiu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,941%, menos 0,036 pontos, depois de ter subido na segunda-feira para 3,977%, um novo máximo também desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Os principais índices em Wall Street abriram a negociar em baixa esta terça-feira, interrompendo os ganhos do primeiro dia da semana, numa altura em que os investidores continuam a avaliar o impacto das elevadas taxas de juro na economia.
O Dow Jones recua 0,48% para os 33.843,64 pontos, enquanto o S&P 500 perde 0,64%, para os 4.309,62 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,74%, para os 13.173,42 pontos.
A somar-se à ansiedade dos investidores estão também negociações que estão a decorrer em Washington, com os responsáveis políticos a discutirem o orçamento no Congresso e que, caso não exista acordo, poderá deixar o governo norte-americano sem dinheiro para fazer face às suas obrigações operacionais. Caso tal aconteça será apenas a quarta vez numa década.
Segundo a agência de "rating" Moody's, um "shutdown" do governo norte-americano teria um impacto negativo nas classificações de "rating" dos EUA.
"Um ambiente político polarizado, incerteza das condições macroeconómicas e depois atira-se um possível 'shutdown' do governo cria-se uma zona cinzenta onde não há nenhum caminho claro", disse à Bloomberg, Chris Giamo, analista do TD Bank.
Entre os principais movimentos de mercado, a farmacêutica Immunovant escala mais de 70%, depois de a empresa ter anunciado que o novo tratamento anticorpos tinha sido bem-sucedido nos testes iniciais.

O ouro está a negociar em baixa, depois de ter chegado a tocar mínimos de uma semana, pressionado pela subida dos juros dívida norte-americana.
O metal amarelo perde 0,42% para 1.907,22 dólares por onça.
Os investidores aguardam ainda os números da inflação, na ótica da despesa dos consumidores, que é medido através do índice de preços com gastos no consumo pessoal, ou PCE, considerado pelos analistas como o indicador favorito da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

O dólar está a negociar com ganhos muito ligeiros, depois de esta terça-feira ter chegado a tocar máximos de dez meses, numa altura em que os juros da dívida norte-americana a dez anos se mantêm em máximos de outubro de 2007.
Os investidores estão também a avaliar comentários do governador da Fed de Minneapolis, Neel Kahkari, que afirmou na segunda-feira que dada a força da economia dos EUA, as taxas de juro deveriam provavelmente voltar a subir e permanecer elevadas durante mais tempo até que a inflação retorne à meta dos 2%.
O dólar avança 0,01% para 0,9441 euros, enquanto que o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força do dólar face a dez moedas rivais, está a somar 0,03% para 106,0340 pontos.

Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, depois de ontem terem atingido mínimos de duas semanas. A sustentar a tendência de hoje está a expectativa de uma menor oferta até ao resto do ano, o que está a ter mais peso do que os receios de uma menor procura decorrente de um panorama económico incerto.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,79% para 90,39 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,57% para 93,82 dólares.
Além do renovado corte da oferta por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+), a Arábia Saudita fechou a torneira a mais um milhão de barris por dia até final do ano, tendo a Rússia anunciado também uma redução diária extra de 300.000 barris atém ao fim de dezembro.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta terça-feira, num dia em que os investidores estiveram a avaliar um cenário de juros altos durante mais tempo do que o esperado, bem como comentários do governador do Banco da Estónia. Madis Muller afirmou que não espera novas subidas dos juros diretores.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos agravaram-se 3 pontos base para 3,540%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo subiram 1,1 pontos base para 2,802%.
A rendibilidade dos juros da dívida soberana italiana aumentou 8 pontos base para 4,735%, os juros da dívida francesa subiram 2 pontos base para 3,361% e os juros da dívida espanhola somaram 3,5 pontos base para 3,900%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica agravaram-se apenas 0,3 pontos base para 4,319%.

Os principais índices europeus terminaram a sessão no vermelho, pressionados por preocupações relativas ao setor imobiliário na China, bem como pelas perspetivas de taxas de juro mais altas durante mais tempo por parte dos bancos centrais.
O índice de referência Stoxx 600 recuou 0,61% para os 447,70, um mínimo de julho. A pesar estiveram os setores da tecnologia e imobiliário, que perderam quase 2%.
Entre os principais movimentos de mercado, a fabricante de equipamentos de semicondutores ASM International perdeu mais de 2%, depois de a empresa ter dado um "guidance" para o resto do ano que ficou abaixo das expectativas do mercado.
Já a LVMH e a Richemont foram penalizadas por uma nota do Morgan Stanley que cortou as estimativas para a indústria dos bens de luxo, citando um menor dinamismo do mercado chinês.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perdeu 0,97%, o francês CAC-40 recuou 0,7%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 1% e o espanhol IBEX 35 cedeu 0,2%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,72%.
Já o britânico FTSE 100 conseguiu uma subida marginal e avançou 0,02%.
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