Fecho dos mercados: Alívio na Turquia contagia mercados mundiais
Os investidores aliviaram a pressão sobre a Turquia e isso reflectiu-se um pouco por toda a Europa. As bolsas europeias terminaram sem uma tendência definida, mas os juros desceram e as moedas recuperaram.
Os mercados em números
PSI-20 cedeu 0,59% para 5.504,50 pontos
Stoxx 600 fechou estável nos 384,92 pontos
S&P 500 soma 0,58% para 2.838,17 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 3 pontos base para 1,817%
Euro desvaloriza 0,51% para 1,1352 dólares
Petróleo sobe 1,05% para 73,37 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias mistas em dia de recuperação da lira
Nas últimas duas sessões, as bolsas europeias foram fortemente castigadas pela turbulência na Turquia. A exposição das cotadas ao país, nomeadamente do sector bancário, ditou perdas de 11 mil milhões de euros em dois dias. Mas esta terça-feira, dia 14 de Agosto, as bolsas acalmaram ligeiramente. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, manteve-se praticamente inalterado nos 384,92 pontos. Nas restantes bolsas europeias houve quem registasse ganhos como Atenas, Amesterdão e Frankfurt ou perdas como Milão, Londres ou Paris.
No caso do PSI-20, a bolsa nacional também foi penalizada pelo efeito da Turquia nas bolsas europeias, nomeadamente o BCP que caiu mais de 1%. Além disso, a Navigator - e a Semapa, uma vez que controla quase 70% da Navigator - continuou a desvalorizar na ressaca da notícia de que terá de pagar uma taxa de 37% pelas vendas nos Estados Unidos, ao contrário da taxa de 0% prevista anteriormente. O sector do papel acabou por ser um dos que mais arrastou o PSI-20 para terreno negativo, assim como as retalhistas como a Sonae e a Jerónimo Martins.
Juros da Turquia afundam mais de 100 pontos
Os últimos dias têm sido de subidas acentuadas nos juros da Turquia, devido à crise económica que se intensificou no país. Esta terça-feira os ânimos acalmaram-se, com as autoridades a implementar mais medidas para tentarem travar a queda da lira e o acentuar das tensões económicas. E acabou por se reflectir alguma acalmia. A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos da Turquia desce 132 pontos base para 21,37%.
Este contexto influenciou a generalidade dos mercados. Os juros da Europa também subiram nos últimos dias, e acabaram por recuar nesta última sessão. A taxa associada à dívida portuguesa desceu três pontos para 1,817%. Em Itália a descida foi ainda mais pronunciada: 7,2 pontos para 3,03%.
Euribor mantém-se a 3, 6 e 12 meses e sobe a 9 meses
A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se em -0,319%. Já a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, permaneceu em -0,266%. A nove meses, a Euribor subiu 0,003 pontos para -0,207%, ao passo que no prazo a 12 meses permaneceu em -0,166%.
Lira turca recupera e anima mercado cambial
A lira turca conseguiu recuperar na sessão desta terça-feira, depois de três sessões consecutivas a marcar mínimos históricos devido à incapacidade de o banco central controlar a inflação e em resultado das preocupações em torno da guerra diplomática com os Estados Unidos. Mas hoje, com nova intervenção do banco central, a moeda conseguiu recuperar e já esteve mesmo a valorizar 7% face ao dólar.
Esse desempenho animou a generalidade das divisas dos mercados emergentes mas o mesmo não aconteceu com o euro, que segue a ceder 0,51% para 1,1352 dólares (o valor mais baixo desde Julho de 2017) numa altura em que se mantém a volatilidade enquanto se observam as movimentações na Turquia – que disse que vai boicotar produtos electrónicos norte-americanos, como o iPhone – e em Itália.
Petróleo sobe com alívio na Turquia e perspectiva de queda dos stocks
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta, animados pela menor turbulência na Turquia e pela perspectiva de uma nova queda das reservas norte-americanas de crude na semana passada.
O contrato de Setembro do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue a somar 1,04% para 67,90 dólares. Já as cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Setembro seguem a avançar 1,05% para 73,37 dólares por barril.
Metais industriais com fragilidade generalizada
Os preços dos metais de base estão em terreno negativo, não só devido à inversão de tendência do cobre mas também devido ao contínuo mau desempenho de outros congéneres, como o zinco, alumínio e níquel.
A oferta de cobre chileno estava a registar perturbações devido a uma greve na mina chilena de La Escondida, mas chegou-se a um acordo para travar essa paralisação e o metal industrial regressou às quedas.
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