Fecho dos mercados: China e EUA animam bolsas. Ouro em máximos de 10 meses e juros em mínimos de 2015
As bolsas europeias fecharam com ganhos moderados, num dia marcado por um feriado nos EUA. A queda do dólar está a beneficiar o ouro, que está assim a negociar em máximos de 10 meses. Já os juros portugueses continuam a cair e a renovar mínimos de quatro anos.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,03% para 5.143,68 pontos
Stoxx 600 avançou 0,23% para 369,78 pontos
S&P 500 encerrado por comemoração do Dia do Presidente
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 4,8 pontos base para 1,514%
Euro avança 0,10% para 1,1307 dólares
Petróleo soma 0,30% para 66,45 dólares por barril
China e EUA animam bolsas europeias
As bolsas europeias fecharam o dia a subir, impulsionadas pelo otimismo em torno das negociações comerciais entre EUA e China, bem como em relação a dados económicos positivos sobre a economia chinesa. O dia foi ainda marcado pela ausência de muitos investidores do outro lado do Atlântico devido às comemorações do Dia do Presidente, que ditaram o fecho das bolsas americanas.
As declarações dos presidentes da China e dos EUA foram os principais responsáveis pelo entusiasmo dos investidores, com os dois responsáveis a salientarem os progressos importantes e produtivos feitos pelas equipas de negociação comercial.
O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou a subir 0,23%, num dia em que o setor automóvel se destacou pela negativa, devido aos receios de que os EUA avancem com tarifas sobre as importações de veículos.
O PSI-20 fechou com um ganho muito ligeiro, numa sessão em que os ganhos do grupo EDP conseguiram contrariar a queda do BCP.
Juros renovam mínimos de 2015
As taxas de juro associadas à dívida nacional continuam em queda, a beneficiar das incertezas que pairam sobre Espanha e Itália. A "yield" associada à dívida a 10 anos de Portugal desceu 4,8 pontos base para 1,514%, renovando assim um novo mínimo de março de 2015.
Já a taxa de juro associada à dívida alemã subiu 0,9 pontos para 0,11%.
As casas de investimento têm vindo a renovar as recomendações sobre a dívida portuguesa, que deverá ser uma das grandes beneficiadas do reinvestimento em dívida por parte do BCE, ao mesmo tempo que surge como uma boa aposta num período de instabilidade nos países periféricos (Espanha e Itália).
Euro próximo de completar o maior ciclo de ganhos em fevereiro
A moeda única europeia está a subir frente ao dólar, valorizando assim pela terceira sessão consecutiva, o que acontece pela primeira vez este mês. O euro consegue assim escapar às declarações do responsável do BCE, Francois Villeroy de Galhau, que admitiu que o abrandamento da Zona Euro é "significativo", o que poderá levar a que a autoridade monetária mude a orientação da política monetária. O euro está assim a subir 0,1% para 1,1307 dólares.
Petróleo sobe pela quinta sessão para máximo de quase três meses
O preço do petróleo segue em alta nos mercados internacionais pelo quinto dia consecutivo. Esta acumulação de ganhos permite ao crude negociado tanto em Londres como em Nova Iorque transacionar em máximos de 18 de fevereiro do ano passado.
Na capital inglesa, o Brent do Mar do Norte, que é utilizado como valor de referência para as importações nacionais, soma 0,30% para 66,45 dólares por barril, enquanto em Nova Iorque o West Texas Intermediate (WTI) ganha 0,63% para 55,94 dólares.
São dois os fatores que mais contribuem para impulsionar o preço da matéria-prima. Um decorre dos cortes da produção petrolífera decretados pela organização dos países exportadores de petróleo (OPEP) e seus aliados (em particular a Rússia), cujo impacto na redução dos níveis da oferta mundial permitiu elevar em mais de 20% o preço do petróleo desde o início de 2019. Há ainda a ameaça de que as sanções dos Estados Unidos à Venezuela e ao Irão provoquem uma quebra ainda mais acentuada do lado da oferta.
Um segundo fator diz respeito à incerteza acerca do desfecho das negociações entre a China e os Estados Unidos com vista a um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Ouro com cotação mais elevada em 10 meses
O valor do metal precioso sobe pela terceira sessão consecutiva, o que permite ao ouro negociar em máximos de 25 de abril de 2018. A potenciar a subida do metal dourado está a desvalorização do dólar nos mercados cambiais, o que acaba por se refletir no reforço.
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