Banca internacional avalia obrigações da PT/Oi em 20%
Dez dos bancos que fazem parte da Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA) definiram, num leilão realizado esta quinta-feira, 21 de Julho, um valor de 20% do montante nominal das obrigações da antiga Portugal Telecom, que são garantidos pela Oi. O valor definido nesta operação é semelhante aos preços a que estes títulos cotam no mercado secundário.
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No leilão foram também incluídas as obrigações vendidas para o retalho, que a Oi já assumiu que não irá pagar na data prevista, que era o próximo dia 26 de Julho. Apesar do valor definido na operação da ISDA ter apenas efeito no preço que os bancos que venderam uma protecção em relação a estas obrigações, através de "credit-default swaps" (CDS), e no reembolso antecipado de alguns produtos estruturados, são uma indicação de quanto estes grandes bancos contam recuperar com as obrigações da antiga PT.
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O comité de decisões da ISDA considerou, a 1 de Julho, que o pedido de recuperação judicial da Oi, que a protege contra credores, constituía um evento de crédito. Isto levou à activação dos CDS. Os bancos que venderam estes produtos têm de reembolsar o valor de protecção contratado. Já quem comprou CDS tem de devolver ou as obrigações da PT que estavam protegidas por estes contratos ou um valor em dinheiro que foi agora definido no leilão da ISDA.
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Alguns produtos complexos que tinham obrigações da antiga PT como activo subjacente, como é o caso de "credit linked notes" montadas pelo antigo BESI prevêem o reembolso antecipado desses produtos, pagando o valor definido no leilão da ISDA. Quem detém este tipo de produto arrisca perder cerca de 80% do investimento. Também o Deutsche Bank, uma das entidades que participaram no leilão, vendeu produtos daquele tipo. Tal como no caso dos estruturados do BES, a declaração de evento de crédito leva ao reembolso antecipado desse produto. Será pago a 3 de Agosto, mas com um montante semelhante ao dos valores de mercado, que também pressupõem perdas de cerca de 80%.
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O valor nocional bruto de CDS sobre dívida da antiga PT é de 12,78 mil milhões de dólares (11,6 mil milhões de euros), segundo dados da DTCC. No entanto, o montante líquido, que retira as operações que se anulam entre si e que representa a perda que os vendedores de CDS enfrentam com a activação destes instrumentos é de 905,8 milhões de dólares.
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Os bancos que participaram no leilão foram o Merrill Lynch, o Barclays, o BNP Paribas, o Citigroup, o Credit Suisse, o Deutsche Bank, o Goldman Sachs, o JPMorgan, o Morgan Stanley e o Société Générale.
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(Notícia actualizada às 15:44 com mais informação)
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