Portugal paga menos para emitir mil milhões de euros em dívida a sete e 18 anos
Portugal emitiu esta quarta-feira 1.001 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) de médio e longo prazo, um valor que fica em linha com o montante indicativo - apresentado durante o anúncio da operação – que se situava num intervalo entre entre 1.000 e 1.250 milhões de euros. Em ambas as maturidades pagou menos.
O leilão duplo de obrigações do Tesouro é composto por uma linha a sete anos para a qual foi angariado 485 milhões de euros e a 18 anos que angariou 516 milhões.
PUB
"As taxas em ambos os leilões desceram face ao nível que estavam há um mês", salienta Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, sobre a primeira vez que Portugal foi ao mercado a seguir às eleições do passado domingo e pela primeira vez desde que conta com "rating" A por todas as principais agências de notação financeira.
Na maturidade mais longa, que vence em março de 2042, o juro pago foi de 3,262%, ligeiramente abaixo da taxa do último leilão comparável (3,462%). A procura superou 1,54 vezes a oferta, abaixo da última emissão a 18 anos, que ocorreu em janeiro, em que este rácio foi de 1,42 vezes.
A "yield" a sete anos cifrou-se em 2,645%. Neste caso, o último leilão semelhante aconteceu em julho de 2023 tratando-se de OT a seis anos. Na altura, o juro foi mais elevado: 3,181%. A procura superou 1,54 vezes a oferta, acima do "bid-to-cover ratio" da última emissão comparável (1,49 vezes).
PUB
No mercado secundário, a "yield" das obrigações a 10 anos está inalterada nos 2,953%, enquanto os juros da dívida a sete anos agrava-se 0,1 pontos base para 2,649%. A taxa de juro dos títulos a 30 anos (mais próximos da maturidade mais longa desta emissão) aliviam 0,4 pontos base para 3,35%.
"A subida de 'rating' por parte da Standard & Poors, bem como o movimento de descida de taxas em toda a dívida soberana europeia, ditaram o sucesso deste leilão", indica Filipe Silva.
Na sexta-feira passada, a Standard & Poor’s subiu a notação da dívida soberana de Portugal em um nível, para A-. Esta foi a última das quatro grandes agências a colocar Portugal no restrito clube do A. Assim, a classificação de Portugal pela S&P está agora no sétimo nível de boa qualidade, ficando equiparada à que é atribuída pela Moody’s e pela Fitch. A DBRS é a que dá melhor nota (sexto nível).
PUB
Além disso, "o Banco Central Europeu (BCE) deu nota de que deverá começar a descer taxas em junho deste ano, o que levou a um ajuste dos prémios de risco, beneficiando a divida nacional, dado que permitiu ter taxas de juro mais baixas no leilão de hoje", acrescenta.
(Notícia atualizada às 11:55h)
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda