Gestora de activos alemã prefere dívida portuguesa à italiana
Uma empresa que gere 8,9 mil milhões de euros está mais confiante na dívida portuguesa do que na italiana. A incerteza em Itália cria dúvidas junto dos investidores.
A gestora alemã de activos Warburg Invest está gradualmente a afastar-se das obrigações italianas. O motivo é simples: a incerteza, resume à Bloomberg o gestor Andreas Schubert, adiantando que, neste momento, a dívida espanhola e portuguesa é mais apetecível para a sua carteira de investimento de 8,9 mil milhões de euros.
As diferenças entre os países são, neste momento, consideráveis. A economia italiana é uma das maiores da Zona Euro enquanto Portugal representa uma pequena parte. Mas a dívida pública italiana é superior à portuguesa, ainda que ambas sejam as mais elevadas do bloco, apenas atrás da Grécia.
No entanto, as diferenças são maiores a nível político. Em Portugal, apesar do braço de ferro inicial, a relação entre o Governo e as instituições europeias não tem vivido contratempos. Já a nova solução política em Itália, assumidamente antieuropeísta, tem dado sinais contraditórios, sugerindo por vezes que poderá colocar em causa o status quo de Bruxelas.
Um dos pontos mais preocupantes é o rumo orçamental: Portugal está perto de chegar ao equilíbrio orçamental enquanto Itália discute se cumpre ou não o limite de 3% do défice. Entre o final deste mês e o dia 15 de Outubro, o Governo italiano deverá apresentar o Orçamento do Estado para 2019 que será essencial para os mercados avaliarem qual vai ser o destino do país.
Estas diferenças entre os dois Estados-membros da União Europeia reflectem-se no prémio que os investidores pedem para emprestar dinheiro. Os juros italianos a dez anos continuam acima de 3%, muito fruto da incerteza política que o país vive. Já em Portugal, depois de se terem agravado no início da legislatura, os juros a dez anos iniciaram uma rota descendente, tendo estacionado perto dos 1,8%.
Na opinião do gestor alemão, a União Europeia deverá preparar-se para fazer concessões à Itália de forma a manter o país na Zona Euro, até porque um resgate italiano teria custos muito avultados. Um dos principais riscos temidos pelo gestor é a escalada de desconfiança que levaria os investidores estrangeiros - que são os que detêm a maior parte da dívida - a vender as obrigações italianas. Já Andreas
Na opinião do gestor alemão, a União Europeia deverá preparar-se para fazer concessões à Itália de forma a manter o país na Zona Euro, até porque um resgate italiano teria custos muito avultados. Um dos principais riscos temidos pelo gestor é a escalada de desconfiança que levaria os investidores estrangeiros - que são os que detêm a maior parte da dívida - a vender as obrigações italianas.
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