Portugal vai ao mercado de dívida a 10 e 17 anos para captar até 1.250 milhões de euros
A operação anunciada esta sexta-feira vai realizar-se pelas 10:30 horas da próxima quarta-feira e é a primeira desde a subida de rating pela Standard and Poor's.
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Portugal vai voltar às emissões de dívida na próxima semana. A primeira operação, depois de uma pausa em agosto será um leilão duplo de obrigações do Tesouro (OT) a 10 e 17 anos, segundo anunciou esta sexta-feira a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP.
"O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 10 de setembro pelas 10:30 horas dois leilões das OT com maturidade em 15 de junho de 2035 e 11 de abril de 2042, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros", avançou o instituto liderado por Pedro Cabeços.
A última vez que o país esteve no mercado para colocar dívida a 10 anos (a maturidade benchmark) foi a 11 de junho, tendo na altura colocado 677 milhões de euros, a uma taxa de juro de 3,003%. A procura foi 1,79 vezes superior à oferta.
Já no que diz respeito à maturidade mais longa, o Tesouro realizou uma emissão da mesma linha a 12 de fevereiro. Captou nessa data 489 milhões de euros, tendo a taxa de juro sido fixada em 3,342%. A procura dos investidores foi 1,9 vezes a oferta.
Ao longo deste ano, os cortes de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) têm ajudado a aliviar os custos de financiamento dos países da Zona Euro e, no caso específico de Portugal, também as subidas de rating têm contado para a confiança dos investidores. O leilão da próxima quarta-feira será, aliás, o primeiro desde a revisão em alta da notação financeira nacional pela Standard and Poor's, que passou a classificação para A+ com perspetiva estável.
Por outro lado, os últimos dias têm sido marcados por algum stress no mercado de dívida em torno da potencial queda do Governo em França e do "buraco" orçamental no Reino Unido. Esta sexta-feira, no mercado secundário, a "yield" das obrigações portuguesas a 10 anos segue a aliviar 2,2 pontos-base para 3,111%, enquanto o juro dos títulos a 30 anos recua 3,3 pontos para 4,004%.
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