JPMorgan: "As 'yields' portuguesas estão muito atractivas"
O JPMorgan identifica boas oportunidades na dívida portuguesa. Num momento em que gerar retornos positivos é um desafio, o banco de investimento considera que há potencial para obter rendibilidades interessantes nas Obrigações do Tesouro a 10 anos.
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O juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos seguem a negociar em torno de 3,5%. Uma taxa que Iain Stealey, gestor de obrigações do JPMorgan, considera "muito atractiva", sobretudo num momento em que mais de um terço da dívida europeia negoceia com retornos negativos.
"Não há razão para os juros de Portugal voltarem a 3,6%. A economia está a melhorar", explicou o responsável de estratégias de obrigações flexíveis do JPMorgan, numa conferência que decorreu esta quarta-feira, 17 de Fevereiro, em Lisboa e onde o banco de investimento traçou as suas expectativas para o investimento em 2016.
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O gestor acredita que a exposição à dívida nacional, bem como a obrigações de outros países periféricos, pode gerar retornos positivos em 2016, à medida que os títulos vão reduzindo o prémio de risco face à dívida alemã.
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Actualmente Portugal transacciona com um "spread" de 328,7 pontos face às "bunds" alemãs, com os investidores a procurarem refúgio na dívida considerada de elevada qualidade face à turbulência nos mercados. Mas esta diferença deverá continuar a diminuir.
O plano de compra de títulos de dívida do Banco Central Europeu (BCE) também deverá continuar a ter um impacto positivo nas "yields" na Europa. "O BCE está a tirar obrigações do mercado e isso vai manter baixa a volatilidade nos juros", argumenta o gestor do JPMorgan.
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Apesar de ter apanhado "um susto" com a escalada dos juros portugueses na última semana, com a taxa a 10 anos a superar a barreira dos 4,4%, Iain Stealey defende que as Obrigações do Tesouro podem ser favorecidas no futuro por um regresso da dívida ao grau de investimento.
Uma revisão em alta da avaliação de risco da dívida portuguesa poderá, porém, ainda demorar. As agências de notação financeira continuam a atribuir ao País um "rating" com um nível especulativo. Apenas a DBRS avalia Portugal com "investment grade" e a agência canadiana mostrou recentemente algumas reservas em relação às medidas propostas pelo Governo no Orçamento do Estado para este ano.
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