Mesmo com juro em queda certificados voltam a bater recorde
As famílias colocaram mais de 500 milhões de euros em certificados de aforro, o que mais do que compensou a descida registada nos certificados do tesouro.
Mesmo com os certificados de aforro (CA) a deixarem de render o juro máximo, como tinha acontecido até aqui, as famílias continuaram a reforçar em abril a aposta neste produto de poupança do Estado. No entanto, o aumento foi o menor dos últimos três meses, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal esta quinta-feira.
Entraram assim 541,58 milhões de euros em certificados de aforro, com o "stock" total a chegar aos 37.022,95 milhões de euros, o que significa que o investimento das famílias voltou a renovar máximos desde, pelo menos, dezembro de 1998, data que marca o início da série do supervisor.
Mais uma vez a entrada de capital nos CA mais do que compensou a saída nos certificados do Tesouro.
Como tem acontecido nos últimos meses este produto continuou a perder atratividade. O "stock" recuou 147,26 milhões de euros em abril, para um total de 9.144,12 milhões de euros. No conjunto dos dois produtos de poupança do Estado, o saldo está em 46.167 milhões de euros, após um crescimento mensal de 394,32 milhões de euros - a menor subida desde janeiro.
Esta subida acontece no primeiro mês de quebra da remuneração destes produtos. A taxa-base dos certificados de aforro segue uma fórmula que tem por base a média da Euribor a 3 meses nos 10 dias úteis anteriores (que não pode ser superior a 2,5% nem inferior a 0%). Desde o início da comercialização dos atuais certificados de aforro (da série F) que estes têm dado a taxa de juro máxima. Com a Euribor a cair, a taxa-base de abril desceu para 2,415%.
O interesse dos investidores por certificados de aforro tem se verificado de forma contínua desde outubro, a data que marcou a entrada em vigor de novas regras para estes produtos. Apesar de não ter sido apresentada qualquer mudança sobre os juros ou prémios de permanência pagos aos investidores (o tecto máximo do juro continua nos 2,5%), a principal alteração foi nos limites máximos que podem ser alocados a estes produtos.
A série F de certificados de aforro, em comercialização desde junho do ano passado, tinha até ao outubro um limite máximo de 50 mil euros por aforrador. Este valor foi alterado e passou para o dobro: 100 mil euros. Além disso, no acumulado dos certificados da série E e da F, não poderia ficar com mais de 250 mil euros nestes produtos. Neste caso, o limite conjunto sobe para 350 mil euros.
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