A evolução tecnológica. Esta é uma definição resumida do que é a Internet of Things (IoT), ou Internet das Coisas. Este é um conceito que que visa definir a revolução dos objectos usados no dia-a-dia ligados a um dispositivo com ligação à internet. É uma revolução que começa a dar alguns passos.
Na cerimónia de entrega dos prémios Portugal Digital Awards, que teve lugar esta terça-feira, em Lisboa, Sofia Mendes, directora de Large and Public da Vodafone, defendeu que a IoT "vai transformar a vida das pessoas e dos negócios".
No caso dos negócios, a gestora sustentou que as mudanças vão fazer--se sentir. "É necessário tornar as empresas mais ágeis, mais eficientes na utilização dos recursos e a IoT transforma o negócio, torna mais rápida a reacção, torna os processos mais simplificados e permite-nos reagir de forma mais rápida àquilo que são as necessidades do mercado e dos utilizadores", afirmou.
Além disso, a Internet das Coisas permite às companhias se diferenciarem das concorrentes. "Cada vez mais, as empresas lutam pela diferenciação para continuarem a sobreviver e o IoT vai fazer parte da diferenciação".
Bruno Horta Soares, docente no Programa Digital Transformation na Católica Business School, salientou que a "mais-valia do IoT é criar uma plataforma para que as organizações continuem a fazer os seus negócios". Horta Soares assumiu mesmo que "a palavra valor, associada à Internet of Things, é a chave para que qualquer indústria possa tirar partido de uma plataforma" sem, contudo, se esquecer "que tem de continuar a produzir o que os seus clientes precisam".
"Todas as indústrias mais produtivas estão a usar o IoT como uma forma de conseguir, num ambiente que é cada vez mais complexo, gerir essa complexidade. [A IoT] acaba por ser um dos pilares da criação de valor que é a optimização dos recursos".
A IoT e os recursos humanos
Carlos Oliveira, presidente da InvestBraga, olhando para o caso português, apontou que do ponto de vista da tecnologia uma das grandes vantagens de que o país usufrui é ter bons recursos humanos. "Quando passamos para a transformação digital, ou seja para tirar valor do ponto de vista de negócio desta tecnologia, precisamos de alguns passos que, seguramente, vão ser acelerados. Mas estamos no bom caminho e as start-ups têm um papel que pode ser central. É muito mais ágil uma start-up inovar e tirar valor da tecnologia do que será uma grande organização por si própria", acrescentou.
Sofia Mendes apontou que estas tecnologias podem fomentar transformações nas vidas das pessoas dado que as "pessoas vão querer interagir com as organizações de forma diferente". "Quando dizemos que a IoT vai mudar a forma como as pessoas vivem (…) a verdade é que, cada vez mais, há mais pessoas e os recursos não estão a aumentar. Por isso, vamos ter de ser mais eficientes na utilização dos recursos", afirmou.
Vladimiro Feliz , CIO da CEiiA (Centro para a Inovação e Engenharia Criativa), defendeu que "IoT é a base para acelerar o processo de agilização e facilitação da vida dos cidadãos".