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Negócios Iniciativas | A sustentabilidade da floresta “é um ativo estratégico”

Na conferência de lançamento da 5.ª edição do Prémio Floresta é Sustentabilidade, António Redondo, presidente da Biond, defendeu que a sustentabilidade é um “ativo estratégico essencial” para enfrentar desafios como as alterações climáticas e a escassez e degradação de recursos.

15 de Abril de 2025 às 14:30
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A floresta sustentável é fundamental para investidores, produtores e, na base, para o futuro de todos nós. Essa foi a chave da intervenção dos oradores na conferência de lançamento da 5.ª edição do Prémio Floresta é Sustentabilidade, uma iniciativa da associação Biond - Forest Fibers From Portugal, em parceria com o Jornal de Negócios e o Correio da Manhã.

"O desenvolvimento económico só será durável se for inclusivo e ambientalmente responsável, e, por sua vez, o desenvolvimento social e ambiental só será possível se tiver uma base económica sólida que o sustente. Não há sustentabilidade sem rentabilidade, nem haverá rentabilidade sem sustentabilidade", afirmou António Redondo, presidente da Biond.

Na sua intervenção, norteada pela defesa da sustentabilidade, referiu que esta "deve ser reafirmada como um ativo estratégico essencial, porque, independentemente dos ventos adversos ou de complexidade regulatória, os desafios que enfrentamos, como a variabilidade climática e os riscos de escassez e degradação de recursos, não vão desaparecer. Pelo contrário, tenderão a intensificar-se se não adotarmos as práticas de uso e gestão sustentáveis em toda a sua plenitude".

António Redondo chamou ainda a atenção para a "alegada guerra ideológica ou cultural que sopra de outras geografias, porque, pretendendo responder também a expectativas mais imediatas do setor financeiro, nem sempre ofereceu os resultados esperados. Ou, ainda, porque está no centro de um excesso de regulação, no limiar do absurdo, nomeadamente nas obrigações de reporte sujeitas a um vai-e-vem de mensagens contraditórias que têm contribuído para a sua descredibilização, a sustentabilidade corre o risco de ser relativamente desconsiderada ou mesmo de ser encarada apenas como um mero imperativo legal".

200 mil hectares de "gestão sustentável"

Os desafios que enfrentamos ao nível do clima e não só "tenderão a intensificar-se se não adotarmos as práticas de uso e gestão sustentáveis em toda a sua plenitude", sublinhou o presidente da Biond - Forest Fibers From Portugal.

Centrando-se na atividade da associação, António Redondo realçou a gestão ativa, sustentável e certificada aplicada em mais de 200 mil hectares de área sob responsabilidade dos associados da Biond em todo o país, "potenciando todas as suas externalidades positivas". Referiu ainda os mais de 50 mil empregos altamente qualificados, a intensidade exportadora e o contributo para a economia devido ao seu elevado valor acrescentado e à capacidade inovadora a partir do eucalipto.

O responsável salientou ainda que estas bioindústrias estão a desenvolver uma nova geração de bioprodutos sustentáveis e a contribuir para a afirmação de Portugal no quadro da bioeconomia circular de base florestal, a alternativa ao modelo fóssil e linear. Além disso, dos produtos naturais, recicláveis e biodegradáveis, num ciclo produtivo, "contribui para a fixação de carbono e combate à variabilidade climática, para a melhoria da qualidade do ar, para a preservação da biodiversidade, para a formação e proteção do solo, regularização do ciclo da água e do clima local e para a coesão territorial".

Essa gestão em prol de um bem-estar ambiental é garantia de futuro. "Quando analisamos o conceito de sustentabilidade, através de uma lente mais pragmática, ela revela-se um poderoso motor de eficiência e competitividade que pode ser acelerado pela capacidade de inovar em processos e produtos. A eficiência operacional a longo prazo, a gestão e mitigação de riscos, a criação de valor e a inovação são pilares fundamentais da prosperidade ambiental, social e económica, e essas são metas que a sustentabilidade promove, reforça e concretiza", concluiu António Redondo.

As candidaturas ao Prémio Floresta é Sustentabilidade estão abertas até ao dia 30 de novembro em quatro categorias: Economia e Sociedade; Jornalismo; Inovação e Escola. Saiba mais aqui.

Floresta como espaço basilar para a bioeconomia A presidente do júri, Assunção Cristas, não pôde estar presente por motivos de agenda e por isso deixou uma mensagem gravada em vídeo. Referiu que o Prémio Floresta é Sustentabilidade tem sido "um espaço de procura, de partilha de bons exemplos, de boas práticas e de prémio daquilo que de melhor se vai fazendo em Portugal para juntar a floresta àquilo que é o seu espaço natural de atividade, que é a sustentabilidade, uma visão não apenas de curto prazo, mas sempre de médio e de longo prazo". Acrescentou ainda que o Prémio tem contribuído para uma visão de uma floresta que "é espaço basilar para uma bioeconomia, uma economia que olha para as nossas necessidades e olha também para as necessidades do planeta, de cuidar do planeta e ajudar aos grandes desafios que ela hoje nos apresenta, nomeadamente no que respeita às alterações climáticas".
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