Miguel Frasquilho é um dos coautores do programa Economia Sem Fronteiras, uma parceria entre o canal Now e o Negócios, da Medialivre, e é o curador da conferência Economia Sem Fronteiras que se vai realizar durante a manhã de 3 de julho de 2025 no Pestana Palace Hotel. Foi presidente da AICEP e da TAP, e secretário de Estado do Tesouro e Finanças, preside ao advisory board da L’or Strategic Investment Group (LSIG), a divisão de capital de risco da neerlandesa Holding House of the Lord B.V, que conta no seu portefólio, com ativos como o comparador de preços e “marketplace” português, KuantoKusta, e a conhecida plataforma de pagamentos omnicanal, Paybyrd.
Miguel Frasquilho antecipa o que se pode esperar da primeira conferência Economia Sem Fronteiras, que junta académicos, empresários e decisores políticos para discutir os principais obstáculos e oportunidades estruturais do crescimento económico em Portugal.
Qual é a importância da conferência e quais são os seus principais objetivos?
Considero ser uma conferência muito importante porque nos vai permitir pensar estrategicamente a economia portuguesa para as próximas décadas, isto é, a longo prazo, sendo algo que muitas vezes nos falta em Portugal. O que queremos ser como país? Em que áreas devemos atuar e por quê? Como nos devemos posicionar num contexto internacional muito desafiante e num mundo cuja ordem global está a transformar-se e irá ser muito diferente do que estávamos habituados? É de tudo isto, e muito mais, que vamos falar no próximo dia 3 de julho. Importa muito para o nosso futuro coletivo.
Coautor do Programa Economia Sem Fronteiras
Por que escolheu estes temas para a conferência?
Os temas são os que nos devem importar porque são estratégicos e estruturantes, e deviam claramente sobrepor-se aos ciclos eleitorais e à espuma dos dias. Infelizmente, não é isso que acontece...
Significa que são estruturantes para o crescimento da economia?
Sim, claramente são estruturantes para o crescimento da economia. E são matérias que deviam estar muito mais presentes no debate público e dos responsáveis políticos.
A opção por oradores “estrangeirados”, como Nuno Garoupa, Luís Cabral e Ricardo Reis para fazerem as apresentações têm a ver com o facto de ser um olhar mais distanciado?
Vamos ter três dos melhores economistas portugueses que estão no estrangeiros e a sua vinda tem precisamente a ver com o mote “Economia Sem Fronteiras”: ter economistas portugueses de topo em universidades de topo internacionais. É o caso de Luís Cabral, Nuno Garoupa e Ricardo Reis. E aproveitar a sua visão, que é complementada com a de três economistas portugueses de topo que estão em Portugal: Isabel Horta Correia. Luís Aguiar-Conraria e Susana Peralta. Creio que estão reunidas as condições para podermos ter uma reflexão muito interessante e útil sobre que Portugal queremos no Mundo e que Portugal queremos para as próximas décadas.
Os outros oradores da conferência Economia sem Fronteiras
Luís Aguiar-Conraria
Professor Catedrático na Universidade do Minho, doutorado em Economia pela Cornell University, mestre em Economia pela Universidade do Porto e licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra. É presidente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (EEG-UM) que está a lançar a UminhoExe, uma escola de formação de executivos. É colunista do Expresso.
Susana Peralta
Economista na Nova School of Business & Economics, onde está desde 2014. É especialista em Economia Pública e Economia Política, com especial incidência na fiscalidade e federalismo fiscal. Ensina ou deu vários cursos de Finanças Públicas, Microeconomia, Ética e Política Económica, e Pobreza: Conceitos e Desafios. Ensina também Economia em Programas de Educação Executiva. É colunista do Público.