O OE de 2017 cumpre as metas e as regras por que tem de se reger no quadro da UEM e o OE de 2016 fica, finalmente, com o deficit abaixo dos 2,5% do PIB como prescreve Bruxelas.
Além de todos os problemas que está a levantar, o Brexit pode transformar-se na oportunidade de a UE se repensar e traçar a estratégia que há anos lhe falta. Mas está tudo preso por fios.
Quase de partida para férias, umas brevíssimas reflexões sobre a nossa situação económica e política. Ainda subsiste "o novo ar que se respira" desde as eleições legislativas e presidenciais.
Não gosto da imagem corrente de que "prognósticos só depois do jogo". Gosto de arriscar mesmo que seja na véspera de se saber o resultado.
É difícil falar do Brexit depois de tudo o que já se escreveu e disse mas, ainda mais difícil, seria silenciar-me. Ficaria com um nó na garganta se calasse a minha estupefação e não partilhasse convosco o mal-estar que sinto.
Como é minha convicção já afirmada num outro artigo que aqui publiquei, creio que, se excluirmos os liberais mais renitentes, existe um quase consenso sobre a manutenção da CGD na esfera pública e sobre a necessidade da sua recapitalização.
Torna-se necessário criar um grande banco português - afastando os alegados fantasmas de espanholização, que não me assustam, mas me preocupam.
O Governo tem de se fixar nos seus difíceis objetivos e não pode estar constantemente a ser desviado dos seus propósitos com exigências, importantes claro, mas também claramente fora de tempo.
Os problemas continuam: os portugueses estão sujeitos aos sacrifícios impostos por uma impiedosa consolidação das finanças públicas; continuamos expostos aos constrangimentos decorrentes da existência de um "deficit" excessivo.
O excesso de informação mata a informação. O facto de se tratar de uma expressão óbvia não me dispensa de a relembrar aqui, naquele que é, seis meses depois, o meu artigo de regresso às páginas deste jornal. Vem isto, mais uma vez, a propósito da Europa.
Assistir em directo à agonia de uma nação, às angústias dos seus cidadãos, à incompetência, misto de arrogância e de ingenuidade, do seu governo, se constituiu uma história trágica é simultaneamente uma característica dos tempos modernos e um travo amargo pelo que se antevê como um fracasso ou uma perda.