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António Moita - Jurista
19 de Fevereiro de 2024 às 11:30

Agora entram as máquinas partidárias

Teremos mais três semanas de ruído em que importa pouco o que dizem os partidos e mais o que conseguirão mobilizar de apoio popular.

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Os debates televisivos estão a acabar e apesar de terem tido uma audiência média superior a outras campanhas, a verdade é que não conseguiram bater programas como o Preço Certo ou qualquer jogo de futebol em canal aberto. Significa isto que é de relativizar as prestações de cada um dos líderes partidários que se preocuparam fundamentalmente em consolidar as suas bases de apoio. A opinião dos muitos comentadores, ao contrário de ajudar a esclarecer, veio criar a convicção de que cada um está lá em representação de um dos principais interesses em disputa. Algumas exceções honrosas como Sebastião Bugalho ou Rui Calafate procuram apesar de tudo olhar para os debates com alguma imparcialidade embora nem sempre o consigam. Pela negativa temos a Anabela Neves que só falta ter estampado na testa a “mãozinha” socialista e Luís Paixão Martins que, de forma muito mais inteligente, vai curando feridas ao seu protegido PS e lançando farpas a quem mais lhe convém em cada momento. Mas é preocupante que as televisões, que procuram ter um estatuto editorial independente, não nos informem previamente de onde vem este batalhão de gente mais esclarecida e em nome de quem estão a falar. Os pequenos círculos da política em Lisboa vão percebendo estas “pequenas artimanhas”. Mas o público em geral aceita o que vê e ouve pelo valor facial. Ninguém controla nada e todos jogam o mesmo jogo. Montenegro e Pedro Nuno ganham uns debates e empatam outros mas sem nunca serem arrasados, Rui Rocha aparece como surpresa mas o que diz não é possível, Mortágua e Rui Tavares são sempre protegidos ou não fossem de uma esquerda bem vista nas redações. Paulo Raimundo não é deste filme e André Ventura perde sempre. Como me dizia um amigo, o líder do Chega se estivesse a debater com um vaso é garantido que os comentadores dariam a vitória, de goleada, ao vaso. Assim se vai tentando condicionar a opinião pública.

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