Escrevo antes de conhecer o resultado eleitoral, mas esse facto em nada altera o que quero dizer. Acabou aquela que terá sido a campanha menos interessante de que me lembro. A verdade é que nunca houve tantos temas a debater como nesta altura. A insegurança nas ruas, o controlo da imigração, a oferta de habitação, as novas exigências da defesa nacional são, entre tantas outras, matérias novas da governação que se juntam àquelas que tradicionalmente são tratadas como a saúde, a justiça, a educação ou os impostos. Pois nestas últimas duas semanas pouco ou nada foi dito sobre estes assuntos. Há quem diga que se deve ao facto de termos tido eleições muito recentemente. Outros dizem que não podemos esperar desta classe política grande esclarecimento sobre matérias para que os próprios não encontram solução. Outros ainda referem que nada disso interessa ao povo. Seja como for, a verdade é que se gastou tempo e dinheiro em arruadas, almoços e jantares, materiais de propaganda e discursos vazios que em nada contribuíram para o voto esclarecido dos eleitores. Veremos se se confirmará a regra de que o excesso de ruído beneficia o incumbente.