Os cobradores com farda da máquina fiscal
Lamentavelmente a máquina da Justiça não é tão eficaz como o Fisco. Por isso grandes casos de corrupção, com enriquecimento ilícito à custa do dinheiro dos contribuintes, ou os golpes bancários milionários, continuam praticamente impunes.
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É impossível ficar indiferente às imagens dos automobilistas parados na operação stop, em Alfena, por patrulhas das finanças com auxílio da GNR. Dos 4500 condutores controlados, 93 tiveram de pagar dívidas fiscais, porque a alternativa era entregar as chaves do carro à máquina tributária. Trata-se de uma espécie de execução sumária da dívida ao Fisco, sem direito a defesa. A operação foi suspensa, porque o escândalo foi rapidamente noticiado e os decisores políticos fizeram bem em colocar um travão no escândalo. No dia seguinte ao lamentável episódio, o ministro das Finanças considerou "desproporcionada" a ação decidida localmente e prometeu um inquérito. Mas a operação polémica não é inédita. O que mudou foi o eco noticioso. Há inclusivamente um protocolo assinado entre a Administração Fiscal e a GNR no tempo em que Vítor Gaspar era ministro das Finanças, que prevê estas ações de rapina ao contribuinte.
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