Vira o disco e toca o mesmo
Portugal tem de decidir o que quer fazer: ou manter o atual modelo de repartição, ou reformar o sistema, introduzindo um elemento de capitalização.
O debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro mostrou porque Portugal é um país atrasado. E houve dois momentos em que isso se notou. O primeiro quando PNS se atirou ao primeiro-ministro, acusando-o de querer privatizar a Segurança Social. Uma referência ao grupo de estudo nomeado por Montenegro, que tem à sua frente o professor Jorge Bravo, crítico do sistema. O segundo aconteceu quando os dois líderes discutiram a Habitação.
Comecemos pelo primeiro. A Segurança Social está falida. E Portugal tem de decidir o que quer fazer: ou manter o atual modelo de repartição, ou reformar o sistema, introduzindo um elemento de capitalização. Ora, acusar o governo de querer privatizar o sistema de pensões, quando o Governo já anunciou que não vai mexer no atual modelo, é de uma grande baixeza.
Na Habitação sucedeu coisa parecida. As propostas de PNS vão todas no sentido de colocar o Estado no centro da resolução do problema. Uma estupidez, até porque já foi tentado por governos do PS… e não resolveu nada.
Montenegro também não apresentou medidas que podem resolver a tragédia da Habitação (vg. despejar quem ocupa casas, pôr na rua inquilinos que não paguem, baixar o imposto sobre as rendas, baixar o IMI, reduzir a burocracia e os licenciamentos…), com receio de ser atacado por PNS.
Quem tiver visto o debate ter-se-á apercebido de outro "pormaior": nenhum dos dois propôs reformas de fundo, nas áreas fundamentais da economia e sociedade (com exceção de a tímida referência à baixa de impostos, que não se entende sabendo que a despesa está a crescer de forma assustadora.
Moral da história: com mais do mesmo, como é que o país pode sair do marasmo em que caiu?
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