O paradigma mudou totalmente, pois a globalização morreu! Morreu por várias razões que causaram momentos disruptivos na dita “aldeia global” que a globalização criou: a tensão entre Oriente (China) e Ocidente (EUA), o Brexit, a pandemia de covid-19, a invasão e guerra na Ucrânia, a “Guerra do pão” e a pressão inflacionista. Face a tudo isto, entendemos que o mundo é BANI; e que as cadeias de abastecimento demasiado longas, dependentes de países terceiros, assentes em sistemas de transportes marítimo pouco previsíveis e caros, não funcionam. Basta o exemplo do “lockdown” chinês do porto de Xangai ou o encerramento do Canal do Suez por uma semana devido ao Evergreen ter encalhado e prejudicado o comércio mundial pelo fecho do canal. O aumento do custo energético e a dependência de algumas fontes “pouco democráticas” também nos “abriram os olhos”. Por outro lado, temos de ser consistentes e os estados interdependentes e abertos, económica e politicamente, que respeitam os direitos humanos não podem sustentar modelos ditatoriais e autocráticos de regimes oligarcas. Portanto, o mundo está a avançar em direção à “blocalização” (constituição de blocos autossustentáveis ao nível da produção e do consumo, mas também política e socialmente equilibrados), e Portugal tem tudo para ser um dos poucos países multibloco no centro do planeta.