No final da passada semana Marcelo Rebelo de Sousa condecorou com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo o almirante Henrique Gouveia e Melo. Tudo normal e quase protocolar não fosse o improviso meticulosamente preparado que fez durante a breve sessão. É sabida a vontade do atual presidente em não ter este distinto oficial da armada como seu sucessor. Tudo tentou. Reconduções forçadas, títulos de jornal, tentativas de descredibilização das capacidades políticas e até da necessária densidade cultural não faltaram nestes últimos meses. Desta feita a conversa foi diferente. Não foi ainda a capitulação perante a inevitabilidade de Gouveia e Melo avançar para a disputa à sua sucessão. Mas foi aparentemente uma última tentativa de relativizar os méritos do agraciado.