Os partidos precisam de contratar gestores de RH
Bem sei que operações Tutti Frutti, Influencer ou Marquês e as notícias que revelam redes de interesses, de corrupção e de esquemas entre a classe política são machadadas certeiras nos partidos e na democracia, que nos fazem pensar no caminho, perigoso, que estamos a trilhar.
- Partilhar artigo
- ...
Tenho duas pessoas muito presentes na minha vida que me honram com a sua amizade. Conversamos sobre vários temas e também falamos de política. Quando o tema é o Chega cria-se uma ponte intransponível que tentamos, sem sucesso, ultrapassar. Nenhum de nós vota no Chega e, no que ao partido de André Ventura diz respeito, é o que temos em comum. Separamo-nos e divergimos no que entendemos ser a definição plena da democracia. Estes meus amigos acham que o que vem do Chega é sempre mau, pelo que nem se devia dar a possibilidade ao partido de existir e de contaminar o jogo democrático. Inversamente, eu considero, sempre, que a democracia só pode ser plena se permitirmos que todos possam nela participar. E, se afinal, temos (e até promovemos) a extrema-esquerda e a esquerda mais radical, porque é que não devemos aceitar a existência de algo semelhante do outro lado? Não evocámos, no ano passado, 50 anos de democracia e liberdade? Será que temos assim tanto medo da decisão e da vontade popular? Ou estaremos a perceber que, meio século passado, e com todos os meios ao seu alcance para poder evoluir e decidir com maturidade, afinal o crescimento do Chega, a força que a esquerda ainda tem em Portugal e a falência dos partidos do arco do poder são, afinal, sinais preocupantes de que temos de cuidar da democracia com urgência?
Mais lidas