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Paulo Carmona
18 de Fevereiro de 2019 às 20:56

Aprender com o mundo

Devemos estar cada vez mais atentos ao exterior. Ao que dizem e escrevem sobre nós, porque a distância dá alguma objetividade aos comentários .

A FRASE...

"Governo do PS não terá gostado do teor de um estudo preliminar promovido por Santos Pereira e este foi 'aconselhado' a não vir, como era hábito."

Luís Reis Ribeiro, Dinheiro Vivo, 18 de fevereiro de 2019

 

A ANÁLISE...

 

Existem forças em Portugal, com muito acesso à comunicação social e ao Governo, que gostariam de criar barreiras, muros de Trump, à circulação de ideias, experimentações e, sobretudo, comparações. Essa autarcia ideológica permite vender soluções que, aplicadas noutro lado, deram "sucessos" como a Venezuela ou a Grécia. Claro que o revisionismo histórico e a interpretação da realidade tudo conseguem justificar…

Pelo contrário, devemos estar cada vez mais atentos ao exterior. Ao que dizem e escrevem sobre nós, porque a distância dá alguma objetividade aos comentários e o que podemos melhorar, e poder analisar as boas experiências políticas e económicas de cada país, as más e as que ainda estão a correr. O que fizeram a Estónia e a Eslovénia na digitalização da economia, a Irlanda e a Hungria no crescimento, ou a República Checa e Marrocos na atração de investimento. Ter um "benchmarking" de políticas, práticas de gestão e até de melhoria do sistema democrático. Não nascemos ensinados nem somos os melhores do mundo. Há melhores, aprendamos.

Por exemplo, a vizinha Espanha subiu este ano o seu salário mínimo em 22% de 735,90 para 900 euros (12 meses). Sendo um país muito semelhante a nós culturalmente, embora melhor organizado ou com melhores elites dado crescerem mais do que nós, será interessante avaliar as consequências para a economia. Destruirá empregos e empresas? Aumentará o consumo e o crescimento económico? Quem terá razão? A seguir.

A França e Portugal baixaram o IVA na restauração. Sobre a França existem dados fiáveis e, num estudo de Youssef Benzarti, Dorian Carloni, estes académicos americanos conseguiram provar que, ao contrário dos anúncios, os preços praticamente não baixaram, o grosso da margem gerada foi para o bolso dos donos, 41%, 25% para os funcionários e 16% para os fornecedores. Por cá não há razão para acreditar que haja uma grande diferença. O que é paradoxal, um governo de esquerda a implementar políticas de proteção a patrões à custa dos consumidores.

E na Finlândia e noutros países, as experiências sobre o rendimento mínimo universal dão que pensar. O RMU é talvez a melhor ideia para a nova era da robótica. Interessante. Atribuir um subsídio mensal único a todos os cidadãos. A observar e debater.

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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