Japão mantém acordo com os EUA para as tarifas apesar das dúvidas de Tóquio
O acordo comercial, alcançado em julho pelas duas potências força o Japão a investir 550 mil milhões de dólares nos EUA em troca de tarifas de 15%, ao invés dos 25% que Trump tinha ameaçado impor.
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A primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, disse hoje que vai manter o acordo comercial com Washington, através do qual o Japão se comprometeu a investir 550.000 milhões de dólares nos EUA, dissipando as dúvidas existentes.
"O acordo é um compromisso entre governos e sinto que não deve ser alterado", afirmou Takaichi, citada pela EFE, durante uma conferência de imprensa em Gyeongju (Coreia do Sul), após a cimeira de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), realizada naquela localidade.
A japonesa defendeu que o pacto com os EUA não deve ser alterado, independentemente de quem ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Takaichi, que se tornou a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra do Japão na semana passada, após assumir a liderança do Partido Liberal Democrático (PLD), manifestou, durante a campanha para as primárias do partido, dúvidas sobre o acordo comercial assinado pelo seu antecessor, Shigeru Ishi.
Numa conferência de imprensa realizada no início de setembro, em plena campanha para as primárias do PLD, a governante foi a única entre os candidatos a levantar a mão quando questionada se considerava que o acordo incluía "aspetos desiguais".
No entanto, após a vitória, a japonesa mostrou-se cautelosa sobre o assunto, limitando-se a dizer, poucas horas depois de ser confirmada como primeira-ministra pelo parlamento, em 21 de outubro, que o Japão faria "o possível para aliviar o impacto das tarifas dos EUA".
O acordo comercial, alcançado em julho pelas duas potências após meses de negociações, força o país asiático a investir 550.000 milhões de dólares (cerca de 476.068 milhões de euros à taxa de câmbio atual) nos EUA em troca de tarifas de 15%, ao invés dos 25% com que o Presidente norte-americano, Donald Trump, havia ameaçado.
Não está claro, contudo, que forma tomarão esses investimentos, e a recente visita de Trump a Tóquio para demonstrar a sua sintonia com a conservadora Takaichi terminou sem grandes novidades sobre o assunto.
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