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Porque não confiamos nos outros?

Então, porque não nos associamos mais? Porque, em geral, e baseado em estudos, os portugueses confiam na família e nos seus mais próximos, mas não nos outros (obviamente estamos a generalizar um perfil).

Há vários estudos sobre diferenças entre culturas nacionais, assim como sobre a confiança. Em relação a Portugal, há estudos que descrevem certas características e atitudes dos portugueses. Obviamente, os portugueses não são todos iguais e por isso as conclusões retiradas aplicam-se à generalidade da população e não a todos as pessoas individualmente, sendo as conclusões apenas apresentadas após vários testes de validação dos resultados.

 Uma crítica que é feita aos portugueses, com base em impressões gerais das pessoas (pelo menos desconheço se há muitos estudos), é que há falta de espírito de associativismo. Um exemplo muitas vezes referido é o das "famosas" reuniões de condomínio, em que se vê como é difícil as pessoas colaborarem e se juntarem para o bem comum.

Um exemplo no mundo empresarial é a falta do associativismo entre empresas do mesmo setor ou de áreas similares, que permitam a colaboração entre elas. Há quem diga que Portugal valoriza o associativismo pois temos várias associações ou confederações de associações. Ora, a análise deve ter em conta o facto de que provavelmente deveria haver só uma associação ou confederação. O facto de não se conseguirem juntar apenas numa demonstra que não houve um espírito de associativismo, pois tiveram de se dividir em várias por falta de associativismo.

A um nível mais micro, vemos muitos agricultores que têm pequenas parcelas de terreno contíguas e não se associam para poder utilizar um trator ou outro tipo de ferramen-tas/veículos que permitam uma maior mecanização, perdendo assim todos.

Então, porque não nos associamos mais? Porque, em geral, e baseado em estudos, os portugueses confiam na família e nos seus mais próximos, mas não nos outros (obviamente estamos a generalizar um perfil).

Quanto à causa de não confiarmos nos outros, não há certezas, mas uma teoria refere que no passado em Portugal (e na generalidade dos países "mediterrâneos") a economia das famílias sustentava-se na pastorícia em zonas de baixa densidade populacional. Isto facilitava a possibilidade de haver roubos de gado com relativa facilidade. Logo, as pessoas apenas confiavam na sua família e desconfiavam de todos os outros, pois estes podiam roubá-los.

Podemos considerar esta visão como estereotipada, mas a realidade é que nos associamos pouco. Contudo, acredito que as novas gerações venham a ter uma abordagem associativa diferente, beneficiando assim o país.

Gestor e Docente Universitário

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