Ouro recua, prata próxima de máximos. Negociadores de metais de olho na inflação
Acompanhe, ao minuto, a evolução dos mercados nesta quinta-feira.
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Dólar avança em dia de inflação nos EUA. Euro estável antes de decisão do BCE
O dólar está a registar valorizações a esta hora, num dia em que são conhecidos novos dados da inflação do lado de lá do Atlântico, que poderão ajudar a perceber qual será o rumo que o decisor de política monetária norte-americano, enquanto os “traders” se posicionam para as decisões dos bancos centrais pelo Reino Unido, Europa e Japão.
O índice do dólar - que mede a força da divisa face às principais concorrentes - segue a avançar 0,07%, para os 98,440 pontos.
A libra, por sua vez, segue a negociar com desvalorizações, depois de uma queda inesperada na inflação do Reino Unido ter reforçado os argumentos a favor de uma redução das taxas pelo Banco da Inglaterra (BoE). A esta hora, a libra cede 0,05%, para os 1,337 dólares.
Já o iene está a registar desvalorizações contidas face ao dólar, num dia em que o Banco do Japão (BoJ) inicia a sua reunião de dois dias que deverá resultar num aumento das taxas de juro para o nível mais alto em três décadas. O dólar segue a valorizar 0,10%, para os 155,840 ienes.
Por cá, o Banco Central Europeu deve anunciar hoje que irá manter as taxas de juro inalteradas. A esta hora, o euro perde 0,05%, para os 1,174 dólares.
Ouro em leve queda antes da inflação nos EUA, prata perto de máximos históricos
Os preços do ouro negoceiam em leve queda esta quinta-feira, limitados pela resiliência do dólar, apesar dos sinais otimistas da Reserva Federal dos EUA, mas com os investidores de olhos postos nos cruciais dados sobre a inflação norte-americana, enquanto a prata segue próxima de máximos históricos.
O metal amarelo desce 0,2% para 4.329,73 dólares por onça, após ter subido mais de 1% no final da sessão de quarta-feira.
A prata avança 0,1% para 66,36 dólares por onça, depois de ter atingido um máximo histórico de 66,88 dólares na sessão anterior. O metal acumula uma valorização de cerca de 130% desde o início do ano, superando largamente o ganho de 65% do ouro, impulsionado pela forte procura industrial que despertou o interesse dos investidores.
Alguns analistas admitem que a prata possa testar o nível dos 70 dólares por onça em 2026, sobretudo se os cortes nas taxas de juro dos EUA continuarem a sustentar a procura por metais preciosos.
Para Kelvin Wong, analista sénior da OANDA, citado pela Reuters,"a Fed poderá manter o atual ciclo de cortes nas taxas, o que está a apoiar tanto o ouro como a prata”, acrescentando que aos atuais níveis, poderá existir alguma tomada de lucros.
O governador da Fed, Christopher Waller, afirmou que o banco central ainda pode reduzir as taxas de juro num contexto de arrefecimento do mercado de trabalho, sublinhando que defenderia “absolutamente” a independência da instituição, numa altura em que é apontado como um dos potenciais sucessores de Jerome Powell.
Os investidores aguardam a divulgação do índice de preços no consumidor de novembro, esta quinta-feira, e do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE) na sexta-feira.
Petróleo avança com "traders" atentos a possíveis sanções dos EUA à Rússia
Os preços do petróleo negoceiam com ganhos esta manhã, depois de se saber que os EUA estarão a preparar novas sanções ao petróleo russo, que deverão ser aplicadas caso Moscovo não concorde com um acordo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O WTI - de referência para os EUA – sobe 1,02%, para os 56,51 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,87% para os 60,20 dólares por barril.
Na quarta-feira, a Bloomberg avançou que os EUA estão a preparar outra leva de sanções contra o setor energético da Rússia. Nesta linha, as medidas adicionais contra o crude russo podem vir a representar um risco ainda maior para o abastecimento do mercado do que o bloqueio anunciado por Trump aos petroleiros sancionados que entrassem e saíssem da Venezuela, segundo analistas do ING citados pela Reuters.
“Dada a perspetiva de excedente e o Brent a negociar em cerca de 60 dólares por barril, Trump tem espaço para ser mais agressivo com as sanções”, acrescentaram os analistas.
De resto, os “traders” continuam atentos ao aumento das tensões entre os EUA e a Venezuela. O bloqueio anunciado por Trump coloca em risco 600 mil barris de “ouro negro” por dia das exportações de petróleo venezuelano, principalmente para a China, o maior consumidor de crude produzido no país da América Latina.
A maioria das outras exportações venezuelanas continuava suspensa na quarta-feira, embora a petrolífera estatal PDVSA tenha reiniciado o carregamento de cargas de petróleo bruto e combustível após suspender as operações devido a um ataque cibernético, indicaram fontes e dados alfandegários.
Ásia fecha com perdas pressionada por "sell-off" nos EUA
Os principais índices asiáticos fecharam a sessão desta quinta-feira com uma maioria de perdas, seguindo as desvalorizações registadas ontem pelos mercados dos Estados Unidos (EUA), com o “sell-off” entre as grandes cotadas tecnológicas a agravar-se, enquanto os investidores continuam a mostrar preocupações com uma possível sobreavaliação das empresas ligadas à área da inteligência artificial. Por cá, e em dia de decisão do BCE, os futuros do Euro Stoxx 50 seguem praticamente inalterados.
Pelo Japão, o Nikkei caiu 1,03% e o Topix recuou 0,37%. O sul-coreano Kospi - índice com grande peso de cotadas ligadas à tecnologia e inteligência artificial - perdeu 1,53% e o índice de referência de Taiwan cedeu 0,21%. Já pela China, o Hang Seng de Hong Kong desvalorizou 0,035% e o Shanghai Composite ganhou 0,16%.
O índice de referência regional para as ações asiáticas, o MSCI Ásia-Pacífico, caiu 0,40%, já depois de o Nasdaq ter tombado 1,9% em Wall Street, com a Nvidia a atingir o seu valor mais baixo desde setembro.
A liquidação que se tem registado entre as tecnológicas é mais um sinal de que os investidores continuam a questionar se as empresas que atualmente lideram o “boom” da inteligência artificial conseguem continuar a justificar as elevadas avaliações e gastos. As preocupações com o custo e a viabilidade da expansão dos centros de dados, como os planos de financiamento da Oracle em Michigan, alimentaram receios mais amplos sobre as perspetivas para o setor.
“Os investidores ainda veem uma divulgação limitada das receitas, lucros ou fluxos de caixa impulsionados pela IA”, disse à Bloomberg Frank Thormann, da Schroders Investment Management. “O resultado é uma preocupação crescente de que a IA possa não estar a proporcionar retornos proporcionais ao entusiasmo”, acrescentou o especialista.
Assim, pela Ásia, empresas relacionadas com a IA tiveram algumas das maiores perdas, com a Lasertec, a Advantest e o SoftBank Group a recuarem todas mais de 3%.
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