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João Duque - Presidente do ISEG – Lisbon School of Economics and Management | Joana Pais - Vice-Presidente do ISEG – Lisbon School of Economics and Management
25 de Novembro de 2025 às 20:29

A terceira missão da universidade

A missão das universidades vai além do ensino e da investigação: exige-se impacto. Espera-se que as instituições de ensino superior sejam agentes ativos de transformação social, capazes de contribuir para a literacia financeira, a sustentabilidade, a inclusão e o desenvolvimento local.

As universidades nasceram para servir os alunos, respondendo à necessidade de formar cidadãos preparados para os desafios do seu tempo. Durante séculos, o ensino foi o seu principal propósito, transmitindo saberes, valores e competências essenciais para o desenvolvimento individual e coletivo.

A seu tempo, a investigação científica foi integrada como parte fundamental da missão universitária, permitindo não só a atualização constante dos conteúdos lecionados, mas também a produção de novo conhecimento.

Hoje, porém, a missão das universidades vai além do ensino e da investigação: exige-se impacto. Espera-se que as instituições de ensino superior sejam agentes ativos de transformação social, capazes de contribuir para a literacia financeira, a sustentabilidade, a inclusão e o desenvolvimento local.

Na verdade, o impacto social das universidades nunca esteve ausente: desde o início, o ensino transformou vidas e comunidades, e a investigação trouxe avanços científicos e tecnológicos que moldaram o mundo. O que mudou, porém, foi a consciência e a intencionalidade com que se procura esse impacto. Hoje, reconhece-se que tanto o ensino como a investigação são, por si só, motores de transformação: ao formar profissionais mais preparados, ao gerar conhecimento que se traduz em inovação, políticas públicas ou novas práticas sociais. O impacto, portanto, não é uma terceira via isolada, mas o resultado natural e ampliado de uma universidade que ensina, investiga e, cada vez mais, se abre à sociedade. Mas de forma orientada para a obtenção de um resultado que se quer que influencie a sociedade em que se insere.

Esta visão está na base da recente reorganização da investigação no ISEG, que consolidou múltiplos centros numa única unidade plural e interdisciplinar, capaz de responder de forma mais integrada aos desafios complexos do nosso tempo. Esta transformação reflete uma mentalidade alinhada com a Carta Europeia do Investigador, que valoriza a excelência científica, bem como a relevância social, a diversidade de percursos e a colaboração aberta. Ao promover uma avaliação mais qualitativa e abrangente da investigação, reconhecendo o impacto para além das métricas tradicionais, o ISEG posiciona-se como uma instituição que integra ensino, investigação e compromisso social numa missão única e coerente. Valoriza-se a investigação fundamental - que continua a ser o alicerce da excelência académica -, mas também a investigação orientada para resultados imediatos e aplicados, com impacto direto na sociedade. No caso do ISEG este impacto societal vai da freguesia onde se localiza e com quem estabelece uma parceria de ações, à municipalidade de Lisboa com que desenvolve projetos de investigação aplicada, às empresas ou organizações sem fins lucrativos locais ou nacionais com quem estabelece consórcios de investigação e ensino, ou mesmo ao nível internacional quer de ensino quer de apoio técnico e científico.

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