A repartição pública
Portugal manteve durante demasiado tempo tréguas com uma paz aparente. Aquela que insinua que amanhã se poderá resolver sempre o que hoje foi impossível de fazer. Portugal tornou-se uma repartição pública kafkiana. Desesperam os que lá têm de ir, sofrem o
Ninguém tem a culpa. Ela está algures ao lado, em cima ou em baixo. Depende do momento. Depois de terem oferecido a hegemonia a Sócrates e de lhe terem tirado o tapete nas autárquicas, os portugueses deparam-se com uma missão quase impossível: escolher o Presidente perfeito para os próximos anos. Como se sabe, quem está em Belém não governa. Apenas pode incentivar medidas ou reformas que deveriam ter sido feitas há 100 anos. É difícil, seja para Cavaco, para Soares ou para Alegre. Um Presidente não se substitui ao Governo por muito que no imaginário português se pense que quem está em Belém tem mais poder de decisão do que quem está em São Bento. Um novo Presidente não resolve, com um gesto mágico, os problemas que o país foi colocando no seu cofre de fraquezas intransponíveis. Já não há salvadores que cheguem num cavalo branco. Há apenas a esperança que a Belém chegue alguém com bom-senso. Algo que, na voracidade predadora do país, possa dizer simplesmente: basta!
Mais lidas
 
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                 
                 
                             
                             
                             
                                     
                                     
                                     
                                     
                                    