Graça Fonseca tornou-se, por estes dias, a Maga Patológica do governo de António Costa. Não é que tente desesperadamente ficar com a moeda número um do Tio Patinhas, para a derreter nas lavas do Vesúvio, e assim conseguir criar um amuleto que lhe dará o fabuloso Toque de Midas. Os seus objectivos são menos materialistas, e mais mortais: tudo o que toca está a transformar-se em chumbo. É certo que a polémica das touradas e do velcro é um excelente fogo-de-artifício para entreter os espectadores, enquanto passam por debaixo do tapete as incoerências de Tancos. Mas as suas declarações sobre os jornais fizeram com que Graça Fonseca, Ministra da Cultura com a tutela da comunicação social, se deslocasse de vassoura mágica para céus desconhecidos. Maga Patológica tem a capacidade de se teletransportar para qualquer sítio. Graça Fonseca conseguiu o feito, colocando-se em Guadalajara, para cirandar à volta da excursão nacional. Mas, evitando falar de touradas, acabou por elaborar prosa sobre jornais. O que foi uma outra forma de falar de cultura. É certo que o PS sempre teve uma capacidade para se suicidar cada vez que actua no mundo da comunicação social, desde os tempos da extinção do diário "O Século". Graça Fonseca não destoa dessa atracção pelo abismo. Ícaro não faria melhor.