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Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
26 de Novembro de 2018 às 21:10

A Rota da Seda entre a China e Portugal

A visita de Xi Jinping a Portugal, no início de Dezembro, demonstra a importância do nosso país para a China. Sobretudo a nível do poder da língua portuguesa. E antecipa um ano de comemorações em 2019.

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Quando os impérios Ming e Otomano fecharam a Rota da Seda, os portugueses descobriram o seu destino. Dobraram o cabo da Boa Esperança e fizeram da geografia comercial o seu legado à Europa. A Rota da Seda portuguesa fez-se por mar, evitando desertos, seduzida por sereias e atormentada por monstros marinhos. Lisboa tornou-se, por momentos, Veneza e Constantinopla. Foi uma utopia, tão sedutora como a que Camões cantou nos "Lusíadas". Por momentos, os portugueses foram deuses. Portugal deve parte do seu passado à Rota da Seda. Há muito que desapareceram as caravanas que transportavam a seda da China para vestir a vaidosa aristocracia de Roma. A sedutora Rota da Seda foi-se perdendo na imaginação colectiva dos povos da Ásia, da Europa e do Médio Oriente até renascer fruto das iniciativas económicas globais do Presidente Xi Jinping. Mas nunca deixámos de sonhar com essa rota que, além do comércio, fez com que o budismo chegasse à China vindo da Índia e que o exército de Alexandre, o Grande, levasse a cultura da Grécia clássica para a Ásia Central e para o subcontinente indiano. Não foi só isso: nas caravanas de camelos seguiram os primeiros missionários cristãos rumo à Ásia e os cruzados trouxeram das grandes livrarias do mundo islâmico os textos clássicos esquecidos pela Europa na Idade das Trevas. A Rota da Seda tornou-se uma imagem romântica. E perigosa. A rota não era uma só: era uma teia de caminhos possíveis. A Rota da Seda viveu e sobreviveu durante 25 séculos.

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