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Nuno Carvalho - Fundador e líder executivo da Zonadvanced – Grupo First Envie questões para jng@negocios.pt
14 de Junho de 2012 às 10:29

Criar soluções para o desemprego e para as empresas

Seria mais adequado proporcionar aos desempregados a reinserção no mercado para lhes dar visibilidade junto dos empregadores do que deixá-los em casa.

O desemprego parece não estar resolvido, nem existirem soluções concretas para o resolver. Ouvimos todos os dias que o desemprego em Portugal atinge um número elevado de pessoas, mas não ouvimos a forma em como descer esse número. A preocupação é obviamente de todos, pois quem não tem ordenado, não o gasta connosco, ou indirectamente para que nós possamos receber o nosso ordenado, mas o que me espanta é ouvir de todos os partidos que temos de combater o desemprego e não ouvir nenhuma solução para tal.

A recente proposta da redução da TSU para os jovens até ao montante máximo de 175€ durante 18 meses, não me parece que resolva grande parte do problema, porque para contratar é necessário ter a economia a funcionar, algo que não está igualmente a acontecer.

São necessárias medidas tanto para o desemprego como para a redinamização da economia. Também é certo que mais vale apresentar alguma medida, que não apresentar nenhuma, pois apenas actuando se sabe o seu efeito e resultado.

Falando desde o lado das empresas e podendo humildemente dar a minha opinião, até porque é sempre difícil passar da teoria à prática, naquilo que é a máquina mais complexa, ou seja o estado, acho que se podiam tomar algumas medidas que não só reduziriam o desemprego, como aliciavam à contratação no médio prazo.

Temos entendido que o estado paga o subsídio de desemprego a quem está desempregado, ou seja a quem não está ocupado com nenhuma actividade de onde possa obter uma remuneração. Desta forma conclui-se que, excluindo os voluntários não remunerados, os desempregados nesta situação estão fora do mercado, dificultando a sua reinserção, por cada dia que passa.

Na minha perspectiva seria muito mais adequado proporcionar aos desempregados a reinserção no mercado para dar visibilidade aos empregadores do seu potencial como colaboradores ou empreendedores, e não deixa-los em casa. Para tal o estado teria de se empenhar em firmar acordos com grandes empresas, que pudessem absorver os desempregados a custo zero durante um período de tempo limitado de forma a proporcionar-lhes uma oportunidade de conquistarem um novo emprego. Ora, se o desempregado está a receber do estado um subsidio, certamente merecido, para não fazer nada, não será mais adequado continuar a receber esse subsidio, mas estar a prestar um serviço a uma empresa para estar no mercado de trabalho, para não perder as suas capacidades e hábitos de trabalho, e acima de tudo para poder ter uma oportunidade de mostrar ao empregador que é valido para uma determinada tarefa, dando-lhe uma oportunidade de vir a ser contratado por essa mesma empresa?

Este incentivo poderia ser atribuído durante o período de subsídio de forma a recolocar os desempregos no mercado. Uma segunda vantagem seria a de identificar quem está realmente a receber um subsídio sem trabalho. O facto de obrigar o desempregado a voltar a trabalhar esclarece possíveis remunerações e trabalhos escondidos que acumulam com o subsídio, descendo de forma imediata o número de desempregados que forem identificados nestas situações.

Sempre fui contra a fiscalização do tipo militar para garantir a verdade porque ela pode ser sempre maquilhada, que é exactamente o que se passa na presença obrigatória do desempregado na sua freguesia cada 15 dias. Temos de apresentar soluções que não tentem controlar mas sim resolver o desemprego.

Para as pequenas empresas que queiram aderir a esta iniciativa, também seria certamente benéfico, pois aumentavam o número de colaboradores, por exemplo num novo projecto com dificuldades economias para a contratação de recursos humanos, mas que apresenta boas perspectivas de negócio, dando dinamismo à economia sem necessidade de investimento extra. É toda uma bola de neve que se pode criar com uma medida que afinal não onera mais o estado, pois tem de continuar a pagar aos desempregados, e que pode ajudar tanto os desempregados como as empresas a criar riqueza e a dinamizar a economia.

Tome nota

1. Pensem neste tema do desemprego.

2. Pode não ser exactamente assim, mas algo parecido seguramente se consegue fazer. O importante é actuar.

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*Fundador e líder executivo da Zonadvanced - Grupo First

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