O erro de Obama no Banco Mundial
A escolha de um sucessor para Robert Zoellick, no cargo de presidente do Banco Mundial supostamente daria início a uma nova era de abertura à competição meritocratica, quebrando assim o tradicional domínio que os Estados Unidos têm no cargo.
A escolha de um sucessor para Robert Zoellick, no cargo de presidente do Banco Mundial supostamente daria início a uma nova era de abertura à competição meritocratica, quebrando assim o tradicional domínio que os Estados Unidos têm no cargo. De facto, a nomeação de Robert Zoellick foi amplamente considerada, a partir desta perspectiva, como "ilegal". Mas o presidente norte-americano, Barack Obama acabou por desapontar o mundo - de forma ainda mais angustiante - com a nomeação de Jim Yong Kim para o cargo. Para começar devia ser claro que o candidato mais notável - Ngozi Okonjo-Iweala – estava já próximo. Ela tinha credenciais impressionantes: uma especialização em economia em Harvard e no MIT, experiência de trabalho numa ampla variedade de questões de desenvolvimento enquanto directora-geral do Banco Mundial e uma passagem pelo Ministério das Finanças e dos Negócios Estrangeiros da Nigéria. (Ela tem demonstrado também qualidades raras: uma grande vontade para combater a corrupção à custa do seu próprio trabalho). Talvez Obama acreditasse que ao escolher Kim, um americano de origem coreana e especialista em saúde pública, actualmente presidente da Faculdade de Dartmouth, poderia dar um impulso na sua agenda para a segurança com o Seul [Coreia do Sul] (onde Obama aterrou logo após ter sido anunciada a nomeação de Kim), bem como a agenda económica, com a Ásia, a médio-prazo. Mas qualquer um pode perguntar: o que é bom para os Estados Unidos é, necessariamente, bom para o mundo? Essas reformas tiraram esses países da estagnação e impulsionaram o crescimento. Os lobbies anti-reformistas reagiram argumentando que a pobreza e as desigualdades pioraram. Mas os novos estudos empíricos mostram o contrário: o crescimento das economias beneficia os pobres não porque a riqueza “desce” mas porque o crescimento "puxa" os que estão no fundo.
Para começar devia ser claro que o candidato mais notável - Ngozi Okonjo-Iweala – estava já próximo. Ela tinha credenciais impressionantes: uma especialização em economia em Harvard e no MIT, experiência de trabalho numa ampla variedade de questões de desenvolvimento enquanto directora-geral do Banco Mundial e uma passagem pelo Ministério das Finanças e dos Negócios Estrangeiros da Nigéria. (Ela tem demonstrado também qualidades raras: uma grande vontade para combater a corrupção à custa do seu próprio trabalho).
Talvez Obama acreditasse que ao escolher Kim, um americano de origem coreana e especialista em saúde pública, actualmente presidente da Faculdade de Dartmouth, poderia dar um impulso na sua agenda para a segurança com o Seul [Coreia do Sul] (onde Obama aterrou logo após ter sido anunciada a nomeação de Kim), bem como a agenda económica, com a Ásia, a médio-prazo. Mas qualquer um pode perguntar: o que é bom para os Estados Unidos é, necessariamente, bom para o mundo?
Essas reformas tiraram esses países da estagnação e impulsionaram o crescimento. Os lobbies anti-reformistas reagiram argumentando que a pobreza e as desigualdades pioraram. Mas os novos estudos empíricos mostram o contrário: o crescimento das economias beneficia os pobres não porque a riqueza “desce” mas porque o crescimento "puxa" os que estão no fundo.
Jagdish Bhagwati, Professor de Economia e Direito na Universidade de Columbia e conselheiro sénior em Economia Internacional no Conselho das Relações Externas, editou recentemente, "In Defense of Globalization".
Copyright: Project Syndicate, 2012. www.project-syndicate.org Tradução: Ana Laranjeiro
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