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Christian Peeters
08 de Setembro de 2008 às 13:00

Os desafios da SEPA

A Single Euro Payments Area (SEPA) chegou no início de 2008, depois da criação da moeda única, das regulamentações IFRS e Basel II e do sistema centralizado de pagamento Target 2. Este novo procedimento veio criar diversos desafios às entidades bancárias e a outras neste mercado, levando, até 2010, a uma profunda transformação no sector.

Como definido pela Comissão Europeia (CE), a regulamentação SEPA tem objectivos claros: criar uma zona homogénea de pagamentos na Europa, utilizando normas e definições únicas, e aplicar os mesmos preços máximos. Os 27 países da União Europeia, a Suíça, o Liechtenstein, a Noruega e Islândia subscreveram esta normativa.

Queda de preços, novos operadores

Ao harmonizar os pagamentos e definir preços máximos, espera-se que a SEPA reduza custos inter-europeus, tanto para particulares como para empresas. Também deverá eliminar algumas das sobretaxas impostas actualmente, em operações realizadas fora do país de origem do cliente. Outro impacto provável é a criação de uma zona homogénea e a definição de um estatuto simplificado, para que se concretize uma maior concorrência no mercado.

Com tudo isto, a CE quer contribuir para que as instituições de pagamento tenham um estatuto simplificado, não necessariamente idêntico ao de uma instituição de crédito. Quer que estejam autorizadas a articular os pagamentos sob certas condições promovendo desta forma, a abertura a novos players ao longo da cadeia de valor.

Operadores com emissão de cartões bancários podem vir a reforçar as suas posições no sector de pagamentos. Um bom exemplo é a Sinsys, uma parceria entre a SSB (Itália), Atos Worldline, ex-Banksys BCC (Bélgica) e Interpay (na Holanda).

Reposição estratégica

A SEPA é um excelente meio para transformar os instrumentos de pagamento da Europa. Conduzirá a uma profunda transformação, no sentido em que irá afectar os bancos, os centros financeiros, a administração pública e todos os tipos de negócio, independentemente da sua dimensão. Perante a pressão sobre as margens de lucro, os bancos serão forçados a explorar diferentes formas de se diferenciarem. Inicialmente, a adaptação pode ser acelerada por novas aquisições ou parcerias.

Com a nova regulamentação, cada banco vai questionar-se: tem massa crítica suficiente para se posicionar como um emissor de cartões de pagamento e transacções – e, portanto, como um operador capaz de responder positivamente às transformações? Será preferível actuar como distribuidor de meios de pagamento, juntando forças com outras instituições, ou subcontratando algumas actividades a parceiros? Deverá especializar-se ou reorientar as suas actividades em determinados países ou em torno de certas funções?

Remodelação e transformação

A nova situação vai forçar os bancos a fazerem algumas mudanças radicais. Vão ter de substituir as receitas, as quais serão sujeitas a pressões, através do desenvolvimento de nova oferta destinada a apoiar o seu crescimento. Algumas iniciativas são previsíveis: o desenvolvimento de serviços de valor acrescentado, tais como a facturação electrónica ou assinatura e recolha de créditos, em simultâneo com novas soluções de conectividade e reforço do Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (SwiftNet), a rede de comunicações dos negócios bancários. Em paralelo, a transformação dos sistemas de informação existentes já começou, tendo como objectivo avançar para arquitecturas ágeis, capazes de rastrearem, seguirem e adaptarem-se às tendências do mercado.

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