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Paulo Miguel Martins
01 de Março de 2012 às 10:05

Um bom conselho muda a vida

Cada pessoa é única e irrepetível. Mas as situações que se sucedem ao longo da vida são semelhantes às que outros já passaram

Os dois grandes vencedores dos óscares deste ano possuem protagonistas que contam com o apoio de alguém competente. Um provérbio diz que uma pessoa inteligente aprende com os próprios erros e que um sábio aprende com os erros dos outros.

De facto, cada pessoa é única e irrepetível mas as situações que se sucedem ao longo da vida são por vezes semelhantes às que outros já passaram. "Não há nada de novo debaixo do sol". Por isso, é útil poder contar com o apoio de alguém mais experiente, um "coach" por exemplo. Irá potenciar as capacidades individuais do outro, pois ao conhecer os seus pontos fracos e os mais fortes, poderá propor acções concretas de melhoria pessoal.

Procurar o conselho de "um amigo competente e franco" significa que se recusa a atitude do "quero, posso e mando".
Ajudará a enquadrar as questões, indicando soluções adquiridas a partir de um saber de experiência feito e envolver outras pessoas interessadas na mesma actividade. O importante é que o indivíduo se dê a conhecer e queira ser ajudado. Claro que terá de selecionar bem o seu "mentor" e comprovar se merece a sua confiança. Quando isso acontecer, o facto de se saber acompanhado, anima a enfrentar os desafios.

Procurar o conselho de "um amigo competente e franco" significa que se recusa a atitude do "quero, posso e mando" e uma outra tão dramática pelos seus efeitos: "eu é que sei". Os super-heróis só existem na fantasia. Na vida real, o auto-convencido e o auto-suficiente nem projectam as suas iniciativas com todo o alcance possível, nem encontram apoio na desgraça, caindo no desespero ou desânimo devastador.

Nestes dois filmes o fracasso está presente. Cada uma das personagens à sua maneira supera as dificuldades quando sabe aproveitar os bons conselhos recebidos.

O artista

Realizador: Michel Hazanavicius

Actores: Jean Dujardin; Bérénice Bejo

Duração: 100 min.

Ano: 2011

Este filme venceu os óscares nas categorias principais: melhor Filme; Realizador e Actor. Um filme mudo, a preto e branco, com uma apurada banda sonora, evocando o cinema clássico de Orson Welles no "Citizen Kane - o mundo a seus pés" e também de modo especial Billy Wilder no "Crepúsculo dos deuses".

A história pode parecer simples mas é tremendamente real: um homem habituado ao sucesso não acompanha a evolução tecnológica e cai na miséria. Trata-se de um reconhecido actor do cinema mudo que recusa a oportunidade de evoluir para os filmes sonoros. Pelo contrário, uma jovem actriz sua grande admiradora, segue o trajecto oposto e atinge o estrelato. Apesar de todas as vicissitudes, ela não o perde de vista e acompanha-o à distância na sua tragédia.

Quer ajudá-lo e intervém no momento oportuno. Ele recusa esse apoio por despeito, por não querer reconhecer a sua situação, por orgulho ferido. Ela não desiste e demonstra com factos a sua boa intenção. É uma boa profissional e sabe o que faz. Já aprendeu bem os "ossos do ofício".

Um dia resolve apresentar-lhe uma proposta concreta, levando-o ao encontro da pessoa que lhe poderia relançar a carreira. Todos chegam a acordo e o êxito acontece. O "happy end" nunca se alcança sozinho.

Tópicos de análise

Aceitar um bom conselho orienta esse projecto ao seu máximo alcance.

Adaptar-se a novas situações a partir do saber adquirido propicia a inovação.

A pessoa competente sabe que com outros atinge mais depressa o objectivo.

Adaptar-se a novas situações a partir do saber adquirido propicia a inovação.

A invenção de Hugo

Realizador: Martin Scorcese

Actores: Asa Butterfield; Bem Kingsley

Duração: 126 min.

Ano: 2011

Martin Scorcese faz uma homenagem a Georges Méliès, um realizador pioneiro da arte cinematográfica. Baseia-se na história de Hugo Cabret, um jovem que depois algumas peripécias encontra Méliès quando este vivia esquecido por todos e praticamente na miséria. Tornam-se amigos e será este rapaz o responsável pelo reconhecimento público que o velho cineasta virá a ter e pelo relançamento do seu prestígio.

Scorcese quer transmitir a ideia de que é possível "consertar as coisas". Para isso mostra como o rapaz não desiste de ir ter com o abandonado Méliès, pondo-o em contacto com um investigador apaixonado pela sua obra. O que era um simples projecto vai-se transformando em algo concreto. Méliès hesita, mas acaba por confiar no jovem amigo. Vê que era merecedor da sua confiança. Sente que há um risco a correr, um risco pessoal, tal como o rapaz.

No entanto, ambos decidem avançar e seguir as sugestões apresentadas pelo novo personagem que concebe a ideia de reunir os filmes dispersos e organizar um evento de modo a dar a conhecer a figura de Méliès. Contactam várias pessoas e instituições, esforçam-se e insistem nos seus propósitos e o sonho torna-se realidade. Há riscos que vale a pena correr quando bem orientados.

Tópicos de análise

A análise "fria" feita por alguém exterior ao problema é útil e mais objectiva.

Um bom conselheiro sabe ajudar a delimitar os objectivos concretos a alcançar.

Uma pessoa experiente indica soluções baseadas num saber já provado na prática.

Um bom conselheiro sabe ajudar a delimitar os objectivos concretos a alcançar.

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