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Von der Leyen garante que Europa terá novas metas climáticas antes da COP30

Durante um evento sobre o clima em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia lembrou a importância de investir em inovação verde no continente e assegurar uma transição justa para todos.

17:25
Ursula von der Leyen defende independência da Europa no Parlamento Europeu
Ursula von der Leyen defende independência da Europa no Parlamento Europeu Ronald Wittek / Lusa - EPA
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Dez anos após o Acordo de Paris, a União Europeia (UE) quer provar que está não só a cumprir as metas definidas internamente, mas também a liderar no mundo a transição rumo à neutralidade climática. No discurso desta terça-feira em Bruxelas, no evento Climate action that works for you, a presidente da Comissão Europeia destacou três pilares centrais da estratégia comunitária: ambição, inovação e justiça social.

“Estamos comprometidos em ser o primeiro continente neutro em carbono até 2050”, afirmou Ursula von der Leyen, sublinhando que a Europa está no caminho certo para reduzir em 55% as emissões até 2030. Para além disso, antes da COP30, que terá lugar no Brasil em novembro, a Comissão promete fixar metas intermédias para 2035 e 2040, depois de uma europeus que ficou aquém das expectativas. 

Os dados mostram avanços significativos, com as emissões a caírem quase 40% desde 1990 e metade da eletricidade a ter hoje origem renovável. Só este ano, os investimentos em energia solar e eólica cresceram mais de 60%, apontou von der Leyen. Ainda assim, a presidente lembrou que os fenómenos extremos, como cheias e incêndios florestais, continuam a evidenciar a urgência de acelerar a ação climática. Recorde-se, aliás, a sobre o impacto das alterações climáticas no agravamento dos incêndios na Península Ibérica, que aponta para uma intensidade 30% maior do que num cenário sem mudanças do clima. 

Durante o discurso, a líder dos 27 Estados-membros lembrou a criação do Banco de Descarbonização Industrial, que promete mobilizar mais de 100 mil milhões de euros para apoiar empresas na adoção de tecnologias limpas e reduzir burocracias que atrasam os projetos.

De acordo com os dados, uma em cada cinco tecnologias verdes nasce no continente europeu, mas a presidente da Comissão alerta que esta é uma “corrida em aberto” e que será necessário reforçar a competitividade para evitar a dependência externa. Para isso, o novo orçamento de longo prazo da UE vai contar com um Fundo de Competitividade, em que mais de 35% dos recursos serão destinados a projetos ligados ao clima e à natureza. “Não basta que as tecnologias limpas sejam usadas na Europa. Elas têm de ser produzidas aqui”, frisou.

Justiça social na transição

O terceiro pilar da intervenção centrou-se na dimensão social, com von der Leyen a recordar que, apesar de a energia renovável já ser a mais barata, muitas famílias ainda não sentem alívio nas faturas. Um dos principais entraves está nas redes elétricas, demasiado frágeis para distribuir de forma eficiente a energia limpa. Para enfrentar o problema, foi lançada uma iniciativa para modernizar as infraestruturas e garantir que os benefícios da energia acessível chegam a todos os Estados-membros.

Além disso, a Comissão anunciou quase 90 mil milhões de euros através do Fundo Social para o Clima, destinado a apoiar famílias e empresas mais afetadas pela transição. “A transição limpa tem de funcionar para todos os europeus”, sublinhou. 

Com a aproximação da COP30, a presidente quis reforçar que “a Europa mantém-se firme”, ainda que tenha reconhecido que o contexto internacional é mais competitivo e exige da UE “mais pragmatismo e flexibilidade” sem abdicar dos objetivos climáticos. “Juntos, faremos da Europa não apenas o primeiro continente neutro em carbono, mas também o mais competitivo, próspero e seguro”, concluiu.

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