Goldman Sachs antecipa novos máximos nas bolsas europeias em 2020
Crescimentos modestos, quer ao nível da economia quer nos lucros das cotadas. Este é o cenário base para a Europa com que o Goldman Sachs vai entrar em 2020. Ainda assim, antecipa novos máximos históricos para o Stoxx600.
O Goldman Sachs já publicou as suas estimativas para 2020. "Tempos duros acabaram, grandes expectativas descontadas". Este é o título da nota de research sobre a Europa, onde antecipa melhorias no crescimento económico – da região e do resto do mundo – bem como dos lucros. Ainda assim, as "melhorias" são reduzidas, o que não deverá impedir que as bolsas europeias atinjam novos máximos.
"Prevemos um retorno total de 8% para o Stoxx600 nos próximos 12 meses", levando o índice de referência europeu a tocar novos máximos históricos, salienta o Goldman Sachs.
"As nossas previsões de crescimento de lucros para o Stoxx600 são de 3% por ano em 2020 e 2021", o que representa um acelerar, já que as estimativas para 2019 apontam para um aumento de 1%. "O consenso [de mercado] espera [um crescimento de] 8% em 2020 e 2021. A principal diferença é que estamos na dúvida sobre se as margens vão aumentar", explicam os analistas.
"Devido às nossas expectativas de um crescimento por ação baixo, e uma vez que as avaliações estão a considerar um montante substancial de recuperação económica, pensamos que o retorno potencial das ações europeias em 2020 é mais baixo do que em 2019", realçam os mesmos analistas. Este ano, o Stoxx600 segue com uma valorização em torno de 20%. "Dito isto, ainda há grandes suportes para o mercado, na nossa perspetiva, e continuamos a antecipar retornos positivos", acrescentam.
Energias renováveis entre as apostas
No que respeita a setores, os mais expostos aos ciclos de crescimento económico, como as tecnológicas, luxo, economia digital estão entre as apostas. Assim como os setores considerados "defensivos", como é o caso das energias renováveis. Neste último caso, a EDP e a EDP Renováveis estão entre as cotadas "campeãs do clima". Neste leque encontram-se ainda empresas como a Orsted, a RWE, a Enel e a Iberdrola. Estas empresas, de acordo com os analistas do Goldman Sachs, "podem registar um aumento médio anual de 9% dos lucros por ação em 2018-2030, de acordo com o nosso cenário base."
Neste contexto, as estimativas do Goldman Sachs apontam para que a EDP registe um aumento médio anual de 3,2% nas receitas, entre 2018-2020, o EBITDA deverá crescer 15% e os lucros por ação 5,2%, no período em análise.
Na perspetiva dos analistas do Goldman Sachs deverá "persistir um mundo de crescimento baixo", ainda que antecipem uma melhoria no ritmo de expansão económica.
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