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A morte lenta da sociedade

Patrícia Melo é uma das mais poderosas vozes da literatura brasileira das últimas duas décadas. Regressamos agora ao livro que a impôs como autora de grande talento.

17 de Agosto de 2013 às 10:00
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As sociedades urbanas vão-se envenenando devagar. Sentem as dores de cabeça, as náuseas, as dores em forma de caos urbano, rapidez sem sentido, insegurança, desemprego, desespero. Se os seres humanos, neste jogo contínuo de créditos e débitos, buscam o equilíbrio, as modernas sociedades são cada vez mais incapazes de lhes oferecer isso. Os homens e mulheres perdem muito mais vezes do que ganham. O mundo ficcional de Patrícia Melo, um dos valores seguros da literatura brasileira, move-se nesse campo minado. Nos seus livros, ela abre as comportas da maldade humana, sem fronteiras ou barragens estanques. Por aqui não corre a esperança ou essa coisa que é a bondade. "Acqua Toffana" foi editado em 1994 e mostrou ao que vinha. Parecia ser um fruto das sementes criadas pela escrita contundente de Rubem Fonseca, mas com o tempo libertou-se. Mas, neste livro, já encontramos quase tudo o que fez dela uma certeza na constelação brasileira.

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