Álvaro Garrido: Desligámo-nos colectivamente do mar durante mais de 20 anos
Álvaro Garrido, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, é autor do livro “As pescas em Portugal”. Para o investigador, assiste-se a um encantamento com uma nova maritimidade, muitas vezes invocada sob uma certa retórica de grandeza. Ao mesmo tempo, há uma desvalorização clara das pescas no discurso político.
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As pescas e os pescadores ora são objecto de inovações lendárias, ora se inscrevem numa actividade económica considerada decadente, condenada ao declínio. Parece faltar história a tanta memória. E parece faltar análise social e económica a tamanhas impressões, escreve Álvaro Garrido, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, no livro "As pescas em Portugal", uma edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que se junta a obras como "O Estado Novo e a Campanha do Bacalhau". Para o investigador, que foi director do Museu Marítimo de Ílhavo entre 2003 e 2009, assiste-se a um encantamento com uma nova maritimidade, muitas vezes invocada sob uma certa retórica de grandeza. Ao mesmo tempo, há uma desvalorização clara das pescas no discurso político. Um choque entre "velha" e "nova" economia do mar.
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