Com "The Garden of Earthly Delights", André Carvalho quis escrever música como quem constrói uma história com princípio, meio, fim. Partiu de Hieronymus Bosch, de um desses quadros que se podem contemplar infinitamente, como a música pode ser ouvida infinitamente, nela se encontrando sempre novidade. No domingo, toca no CCB com um novo trio e durante o verão vai dar vários concertos pelo país para promover o novo álbum. No início de setembro, vai estar no Museu Nacional de Arte Antiga, muito perto de um outro quadro de Hieronymus Bosch. Começou a estudar contrabaixo tarde, sem poder ter a certeza se alguma vez poderia fazer do instrumento uma parte de si. Estudou Música Clássica em Viena, fez o mestrado em Nova Iorque, onde vive agora com a mulher e a filha. Toca, dá aulas, compõe, e procura inspiração em outros músicos, no que lê, no que vê, porque tudo o que se vive pode caber no tempo de uma música.