Daniel Blaufuks: “Acabou o período de paz na Europa”
“Tivemos a sorte de viver o período mais longo de paz na Europa, mas acabou, nós já não vivemos em paz”, diz Daniel Blaufuks, artista visual, neto de refugiados judeus. “É preciso lembrar que o Holocausto não aconteceu num dia. Houve todo um percurso percorrido. Temos de estar atentos”, afirma. Parte da sua obra está no novo título da “Série Ph.”, coleção da INCM sobre fotógrafos portugueses contemporâneos
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Quando andava na escola, Daniel Blaufuks era o único aluno da turma que tinha um apelido estrangeiro e era o único filho de pais divorciados. Portugal era muito monocultural, diz o artista visual nascido em 1963. Cresceu em Lisboa com a mãe, com o irmão e com os avós maternos, refugiados judeus. Retratou a história da sua família no livro "Sob céus estranhos", em 2007. "Na altura, algumas pessoas perguntaram-me: porque é que ainda falas sobre isto? Hoje, já ninguém faz essa pergunta, e isso é assustador." Nos seus trabalhos, Blaufuks recupera memórias que não podem ser esquecidas. Lançou livros como "Lisboa Clichê" e "Não Pai". Parte da sua obra está agora no novo título da "Série Ph.", coleção de monografias dedicadas a fotógrafos portugueses contemporâneos, uma edição da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM).
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