"Estamos a viver um novo tipo de ditadura"
Não foi a crise que levou o realizador francês Costa-Gravas a realizar "O Capital". Foi a relação do homem com o dinheiro, o poder do dinheiro, que no filme é visto a partir de dentro do sistema financeiro. Os políticos, aqui, não contam. A finança, segundo o realizador, decide tudo sobre a vida de todos nós.
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Marc Tourneuil, interpretado por Gad Elmaleh, torna-se presidente de um dos maiores bancos europeus. A escolha prende-se com o facto de alguns accionistas encararem-no como uma peça facilmente instrumentalizável para atingirem os seus objectivos. Mas Tourneuil conquista o seu espaço e ganha protagonismo, graças ao apoio de um fundo financeiro que adquire uma posição importante no banco. Lançam-se novos desafio a Tourneuil, como o de despedir milhares de trabalhadores um pouco por todo o mundo. Os mercados sorriem. O grande propósito é gerar lucro rápido aos accionistas. Com “O Capital”, estreado esta semana em Portugal, o cineasta Constantin Costa-Gavras mostra os bastidores e o lado perverso do capitalismo financeiro. Não é um filme sobre a crise que o realizador grego naturalizado francês quer mostrar. “É uma espécie de jogo que prossegue até rebentar a bolha, sendo que os intervenientes estão conscientes disso”, afirma Costa-Gavras, em entrevista ao Negócios. Costa-Gavras, que esteve de passagem por Portugal no âmbito da estreia de “O_Capital”, adaptou o livro homónimo de Stéphane Osmont, autor que trabalhou, em França, ao serviço de grandes grupos financeiros.
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