Filipa César: Às vezes, a língua não tem o vocabulário de que precisamos
Todo o cinema de Filipa César é uma reflexão sobre o próprio cinema, os seus mecanismos e os seus usos. "Spell Reel", que estreou no festival de Berlim, está no Cinema Ideal, em Lisboa. É o resultado de um projecto, em colaboração com os cineastas guineenses Flora Gomes e Sana na N'Hada, de pesquisa e discussão sobre um arquivo de cinema que estava quase perdido.
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Spell Reel, que estreou no festival de Berlim, está desde ontem no Cinema Ideal, em Lisboa. É o resultado de um projecto, em colaboração com os cineastas guineenses Flora Gomes e Sana na N'Hada, de pesquisa e discussão sobre um arquivo de cinema que estava quase perdido. Nesse arquivo, estava contida a história de uma promessa que não chegou a ser cumprida: no cinema militante dos anos 70 como no sonho de um novo país. Todo o cinema de Filipa César é uma reflexão sobre o próprio cinema, os seus mecanismos e os seus usos. É um cinema atento às nuances da história e às linguagens do poder. Filipa César cresceu no Porto e escolheu Berlim para viver, nos anos 90, quando se ensaiavam modos alternativos de organizar a vida. Estudou artes, mas o seu trabalho tem estado sempre na fronteira entre o museu e a sala de cinema. Prefere dizer que é uma fazedora. E fazer pode ser um modo de pensar.
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