Bolsas europeias no verde com impulso do setor energético. Moção em França centra atenções
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta segunda-feira.
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Europa negoceia no verde com impulso do setor energético. Moção de confiança em França centra atenções
Os principais índices europeus negoceiam com ganhos esta manhã, enquanto os investidores aguardam uma votação de confiança no parlamento francês, que terá lugar nesta segunda-feira, antecipando-se a queda do Governo de François Bayrou.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avança 0,20% para os 550,31 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX soma 0,62%, o espanhol IBEX 35 ganha 0,47%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,14%, o francês CAC-40 sobe 0,25%, o holandês AEX avança 0,24% e o britânico FTSE 100 pula 0,17%.
As ações europeias têm vindo a recuperar nos últimos dias, à boleia de expectativas de que a Reserva Federal norte-americana flexibilize as taxas diretoras na reunião deste mês. A par disso, os investidores continuam a acompanhar a turbulência política que se vive em França, com Bayrou a enfrentar uma moção de confiança pedida pelo próprio, numa tentativa de pressionar os legisladores a apoiarem as suas propostas orçamentais.
Os principais partidos franceses já anunciaram que vão chumbar a moção, tornando a queda do governo praticamente inevitável. E enquanto a extrema-direita exige a renúncia imediata de Emmanuel Macron ou a convocação de legislativas, o Presidente do país descarta ambas estas hipóteses. A prioridade do chefe de Estado será encontrar uma solução dentro da assembleia nacional, evitando repetir o cenário de dissolução do parlamento que deixou o país fragmentado no último ano.
E apesar dos ganhos desta manhã, o principal índice do país, o CAC-40, já desvalorizou cerca de 2% nas últimas duas semanas, à medida que os investidores foram equacionando a provável queda do Executivo gaulês.
No plano empresarial, as ações do setor energético seguem a valorizar depois de a OPEP+ ter concordado em aumentar a produção novamente em outubro. Nesta linha, a Shell soma a esta hora mais de 1%, movimento igualmente acompanhado pela BP.
Juros da dívida europeia aliviam. Reino Unido em sentido contrário
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro com maturidade a dez anos estão a aliviar esta segunda-feira, num movimento generalizado em toda a região. A tendência reflete uma procura reforçada por ativos considerados seguros, numa altura em que os investidores continuam atentos ao abrandamento económico na Europa e às perspetivas de cortes de juros por parte do Banco Central Europeu.
Na Alemanha, referência europeia, os juros das “Bunds” a dez anos recuam 0,7 pontos-base para 2,653%. Em França, a descida é de 1,0 pontos-base, para 3,436%, enquanto em Itália a queda é mais expressiva, de 1,4 pontos-base, fixando-se nos 3,487%.
Portugal acompanha a tendência, com uma descida de 0,7 pontos-base para 3,073%, e em Espanha os juros recuam 0,8 pontos-base para 3,243%.
Fora da Zona Euro, o Reino Unido destaca-se em sentido contrário, com uma subida de 0,4 pontos-base, para 4,648%. A evolução das “gilts” surge no contexto de uma inflação ainda persistente no país, que mantém os investidores cautelosos em relação ao rumo da política do Banco de Inglaterra, e também depois da demissão da vice-primeira-ministra, Angela Rayner, na passada sexta-feira.
Dólar mantém fraqueza. Iene em queda com demissão de Ishiba e incerteza no Japão
O dólar prolonga a trajetória de perdas no arranque da semana, com o Dollar Index Spot a recuar 0,11% para 97,67 pontos. A moeda norte-americana permanece sob pressão depois dos dados de emprego de agosto nos EUA terem exposto fragilidades no mercado laboral e cimentado as apostas num corte das taxas de juro pela Reserva Federal ainda este mês.
O iene caiu fortemente na Ásia após a demissão inesperada do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, que abre espaço a um período de incerteza política na quarta maior economia mundial. A moeda nipónica chegou a recuar para mínimos de mais de um ano face ao euro (173,91 ienes) e à libra (200,33 ienes), antes de recuperar parte das perdas. Contra o dólar, segue igualmente a ceder 0,04%, para 147,49 ienes.
“Com o Partido Liberal Democrata sem uma maioria clara, os investidores manter-se-ão cautelosos até haver um sucessor confirmado, o que deverá manter a volatilidade elevada”, destacou Charu Chanana, estrategista-chefe da Saxo, citada pela agência Reuters.
O euro, por sua vez, é pressionado pela incerteza política em França, onde o primeiro-ministro François Bayrou deverá perder a moção de confiança, que será votada nesta segunda-feira. Ainda assim, a moeda única avança 0,22% para 1,1743 dólares, sustentada pelo enfraquecimento global da nota verde. A libra esterlina sobe 0,12% para 1,3525 dólares, enquanto o dólar recua 0,36% frente ao franco suíço, para 0,7951 francos.
No horizonte, os investidores continuam a monitorizar os sinais da Reserva Federal. A probabilidade de um corte de 25 pontos-base em setembro é agora vista como praticamente garantida, com alguns analistas a admitirem espaço para uma redução adicional em outubro.
Ouro regista recorde histórico com apostas em cortes de juros pela Fed
O ouro atingiu um novo máximo histórico esta segunda-feira, apoiado nas crescentes expectativas de que a Reserva Federal norte-americana venha a cortar juros já este mês, após o relatório de emprego dos EUA ter evidenciado um abrandamento da criação de postos de trabalho e uma subida da taxa de desemprego. A esta hora, a cotação avança 0,70%, para 3.611,70 dólares por onça, superando a marca dos 3.600 dólares e renovando os máximos da última semana.
De acordo com a Reuters, o metal precioso “está a beneficiar da expectativa de que a Fed possa cortar em 25 pontos-base em setembro, com uma probabilidade marginal, mas crescente, de um corte de 50 pontos-base”. O enfraquecimento do mercado laboral norte-americano reforçou esse cenário, aumentando o apelo do ouro, que não oferece rendimento.
Os traders já estão a apontar para três reduções de taxas até ao final do ano. A procura por ativos de refúgio também tem dado força ao movimento, num ambiente de riscos económicos e geopolíticos acrescidos. A agência sublinha ainda que a pressão política de Donald Trump sobre a Fed levanta receios quanto à sua independência, podendo impulsionar ainda mais a valorização do metal. O Goldman Sachs chegou a projetar que a cotação poderia aproximar-se dos 5.000 dólares por onça caso a confiança nos "Treasuries" seja abalada.
Nos restantes metais, a prata sobe 0,26%, para 41,66 dólares, enquanto a platina avança 1,67%, para 1.402,37 dólares.
Petróleo sobe com aumento modesto da OPEP+ e perspetiva de novas sanções à Rússia
O petróleo inicia a semana em alta, recuperando parte das perdas da semana passada, apoiado no anúncio de um aumento modesto da produção pela OPEP+ e no risco de novas sanções contra a Rússia. A esta hora, o Brent valoriza 1,77%, para 66,66 dólares por barril, enquanto o WTI ganha 1,83%, para 63,00 dólares.
Segundo a Reuters, o movimento reflete o “alívio com a modesta subida da produção da OPEP+ e um suporte técnico após a queda da semana passada”. A aliança decidiu acrescentar apenas 137 mil barris por dia a partir de outubro, um ritmo bastante inferior aos aumentos recentes, sinalizando cautela perante a possibilidade de excesso de oferta no inverno.
A pressão geopolítica também dá força às cotações. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou estar preparado para avançar com uma segunda fase de sanções contra Moscovo, que poderá atingir diretamente os compradores de petróleo russo. “As expectativas de uma oferta mais limitada devido a potenciais novas sanções também estão a dar apoio”, acrescentou a Reuters, citando analistas.
De acordo com a Bloomberg, a decisão da OPEP+ surpreendeu pela rapidez, “numa reunião de apenas 11 minutos”, e mostrou a mudança de estratégia do grupo, que tem acelerado a reversão dos cortes em busca de maior quota de mercado. Ainda assim, a agência alerta que o fantasma de um excesso de oferta continua presente: a Agência Internacional de Energia prevê um excedente recorde em 2026, com o Goldman Sachs a projetar preços médios do Brent na casa dos 50 dólares por barril.
A procura chinesa, com um ritmo de armazenamento de cerca de 200 mil barris por dia nos últimos meses, tem dado algum suporte, mas analistas alertam que o país pode não ser capaz de absorver o excesso de crude esperado.
Ásia fecha em alta e futuros europeus avançam. Alibaba subiu mais de 4%
Os índices asiáticos fecharam a sessão a valorizar, com as ações japonesas a serem impulsionadas por um iene mais fraco, à medida que se aguarda para saber quem será o novo primeiro-ministro do país. Já pela Europa, os futuros seguem a avançar cerca de 0,40%, num dia em que o primeiro-ministro francês se irá submeter a um voto de confiança que deverá ser chumbado.
Entre os principais índices chineses, o Shanghai Composite subiu 0,45%. Já o Hang Seng de Hong Kong ganhou 0,87%. Pelo Japão, o Nikkei valorizou 1,45% e o Topix subiu 0,99%.
O sentimento dos investidores foi reforçado pelo relatório de empregos dos EUA divulgado na sexta-feira, que aumentou as expectativas de que a Fed poderá vir a reduzir as taxas diretoras nas três restantes reuniões de política monetária deste ano.
Pela região asiática, as cotadas do setor tecnológico estiveram entre os melhores desempenhos, com o Alibaba Group Holdings (+4,11%) e o Tencent Holdings (+2,15%) a registarem a maior contribuição para a subida do índice regional – o MSCI Asia-Pacífico, que fechou o dia a ganhar mais de 0,60%. Já o Pop Mart International Group caiu mais de 6%, depois de alguns investidores terem aproveitado para realizar lucros após uma subida de mais de 200% este ano, depois de as ações da empresa terem sido incluídas nos principais índices de Hong Kong.
“As ações globais continuam em níveis recorde e os investidores estão ostensivamente a tratar o abrandamento como um cenário de ‘más notícias são boas notícias’, devido às reduções de taxas esperadas”, disse à Bloomberg Kyle Rodda, da Capital.com.
Em França, François Bayrou enfrentará um voto de confiança, numa tentativa de pressionar os legisladores do país a apoiarem as propostas orçamentais do seu Governo.
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