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Ministro da Educação considera "encerrada" polémica do curso de Medicina do Porto

Contudo, Fernando Alexandre considera que "perante irregularidades têm de existir consequências dentro da instituição".

Ministro da Educação considera 'encerrada' polémica relativa à Universidade do Porto
Ministro da Educação considera "encerrada" polémica relativa à Universidade do Porto Miguel A. Lopes / Lusa - EPA
12:32

O ministro da Educação, Ciência e Inovação disse esta segunda-feira, no Porto, que, para o Ministério que titula, "está encerrado" o assunto relativo ao polémico concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Porto.

Contudo, admitiu que, "face ao que aconteceu, perante irregularidades têm de existir consequências dentro da instituição" e que, se o reitor da U.Porto apresentar a sua demissão, aceitará.

O reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, denunciou na sexta-feira ter recebido pressões de várias pessoas para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso ao Mestrado Integrado.

O ministro falava esta segunda-feira aos jornalistas no final da inauguração na nova residência universitária criada pela Federação Académica do Porto, na qual António de Sousa Pereira não esteve presente.

Fernando Alexandre disse aos jornalistas que, no domingo, foi contactado telefonicamente pelo reitor da U.Porto a manifestar-lhe "preocupação" com o facto de que "esta situação pudesse prejudicar a relação entre a Universidade do Porto e o Ministério da Educação, Ciência e Inovação".

"Obviamente, eu garanti-lhe que o Governo trata todos os cidadãos e todas as instituições por igual e a Universidade do Porto é uma grande instituição e, nem que não fosse, as instituições são todas iguais, as relações manter-se-ão institucionalmente como anteriormente", acrescentou.

O ministro disse ainda não compreender a razão porque o assunto relativo a esta questão surgiu na sexta-feira, quando tinha havido uma conversa a 21 de agosto em que, perante a base ilegal existente, se tinha concluído que "não havia nada a fazer".

"Volto a dizer isso, o Ministério não pode fazer mais nada. Da parte do Ministério, o assunto está completamente encerrado. Eu até tenho dificuldade em perceber porque é que este tema surge a 5 de setembro, quando há um e-mail para o Sr. reitor a fechar o problema, a dizer que não há mais nada a fazer", afirmou.

E acrescentou: "Eu agora espero é que, de facto, a Universidade do Porto, que é uma instituição importantíssima, tenha a capacidade de resolver o problema e que possa, de facto, centrar-se naquilo que é essencial".

"Eu não interfiro. Eu respeito. Se há uma marca deste Governo, que, aliás, foi salientada mais uma vez com a aprovação do regime jurídico das instituições de ensino superior, é a valorização que damos à autonomia das instituições", frisou.

Entretanto, os candidatos ao concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Porto (U.Porto) confessaram-se lesados pela U. Porto, referindo que mudaram de cidade, abandonaram empregos de anos, investiram em imóveis e desistiram de mestrados.

"Nós, candidatos afetados, tomámos decisões de boa-fé com base na confiança no processo: mudámos de cidade, abandonámos empregos de anos, desistimos de mestrados, investimos em imóveis e reorganizámos vidas pessoais, acreditando nas vagas que nos foram atribuídas", lê-se numa nota de esclarecimento dos candidatos enviada à Lusa.

Em causa está uma notícia do jornal Expresso, a quem o reitor da U.Porto denunciou ter recebido pressões de várias pessoas "influentes", sem querer adiantar nomes, para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso para licenciados em outras áreas.

O ministro da Educação manifestou, então, "enorme desilusão" face ao reitor da Universidade do Porto, que acusou de mentir sobre alegadas pressões para aceitar candidatos ao curso de Medicina.

A nova residência estudantil da Federação Académica do Porto, esta segunda-feira inaugurada, custou 150 mil euros que foram pagos com receitas da Queima das Fitas e vai abrir portas na quinta-feira, na Praça do Marquês, a 24 estudantes bolseiros.

A Academia 24 do Marquês tem 24 camas distribuídas por seis quartos com 26 metros quadrados (m2), dois quartos com 16 m2 e dois quartos com 10 m2, duas cozinhas equipadas, duas salas de estar. A residência tem também espaços de trabalho comum, duas casas de banho e um salão de jogos, avançou hoje o presidente da Federação Académica do Porto, Francisco Fernandes.

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