O sonho da ópera no Brasil monárquico
Rubem Fonseca, um dos maiores escritores brasileiros, recupera a figura de Carlos Gomes, sonhador e criador de uma das óperas que definiu o novo Brasil, "O Guarani". Um "selvagem" na Europa aristocrática.
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Rubem Fonseca dispensa apresentações. Nas últimas décadas ele é uma das mais fortes e reconhecíveis impressões digitais deixadas pela ficção brasileira. Muitos conhecem os seus romances policiais. Mas a sua obra é mais vasta e sedutora. O seu estilo, mordaz e muitas vezes frio na descrição dos pensamentos e dos actos dos seres humanos, é de uma contundência única. Tem seguidores (Patrícia Melo, desde logo), mas a sua voz apresenta-se como única na literatura brasileira e na de língua portuguesa. Surpreende um pouco que nunca tenha tido o sucesso merecido em Portugal, mas isso levar-nos-ia para outros territórios sobre os labirintos da leitura neste país. "O Selvagem da Ópera", de 1994, nunca havia sido editado entre nós. E ainda bem que o é agora.
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