Quatro portugueses, três fusos horários e uma pandemia
Filipa, Cláudio, Natália e Sílvio trabalham remotamente para o mundo. A palavra-chave é teletrabalho, mas também coronavírus. São quatro portugueses que a pandemia trouxe de volta a casa
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São seis da tarde e o Sol ainda vai alto quando Filipa Mota termina o seu dia de trabalho em frente ao mar, em Vila Nova de Gaia. Os olhos verdes ainda brilham e os cabelos ao vento mostram a inquietude de quem sonha alto, de quem "sempre quis ter a experiência de trabalhar numa grande agência de saúde pública e viver em Londres". Tem 32 anos, cinco deles a trabalhar na Agência Europeia do Medicamento (EMA), na área de regulação de medicamentos para uso humano. Viveu em Londres até março de 2019. Com o Brexit, a sede da agência foi transferida para Amesterdão, uma transição que deslocou mais de 900 colaboradores e que abriu uma nova possibilidade para Filipa - o teletrabalho. Aproveitou para "teleworkar" em casa dos pais, viajar por quatro continentes, enquanto também procurava um apartamento em Amesterdão. Tinha previsto regressar ao trabalho presencial, mas a pandemia trocou-lhe as voltas. "Adivinham-se tempos de incerteza, e o meu lugar era junto da família", diz.
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