O Sol pode nascer para todos, mas com o 5G não será assim. Pelo país, há ainda centenas de "zonas de sombra", localidades onde a cobertura da rede móvel é deficiente. Quem lá mora não tem a liberdade de escolher que operadora no mercado prefere; pode pagar por um serviço de fibra ótica e sobreviver, na melhor das hipóteses, à base de uma ADSL recalcitrante. Na aldeia de Martim Branco, ver um vídeo no YouTube obriga a uma sessão de montanhismo. Em Santa Margarida da Coutada, é comum ver pessoas a abanar o telemóvel no ar, como que a bradar aos deuses por falta de sinal. Em Três Povos, há pratos de satélite em quase todos os telhados, pista de um bem essencial em falta. O futuro de Portugal deve passar pela "atração de investimento empresarial" e de "trabalhadores para o interior", apontava o PS, no caderno de promessas das legislativas. Que futuro será esse, quando nem as comunicações estão preparadas?