Amigo de Lula da Silva acusado de desvio de fundos de ONG

O empresário Mauro Farias Dutra, amigo íntimo de Lula da Silva, presidente do Brasil, foi apanhado com facturas falsas para alegadamente «amparar gastos do dinheiro público destinado a treinar trabalhadores», noticia a revista Veja, neste domingo.
Bárbara Leite 24 de Maio de 2004 às 11:52

O empresário Mauro Farias Dutra, amigo íntimo de Lula da Silva, presidente do Brasil, foi apanhado com facturas falsas para alegadamente «amparar gastos do dinheiro público destinado a treinar trabalhadores», noticia a revista Veja, neste domingo.

Os gastos, no valor de cerca de 250 milhões de euros, teriam sido feitos, alegadamente, em nome da organização não governamental (ONG) Ágora.

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Dutra teria como sócio neste negócio o secretário executivo da Casa Civil, Swedenberger Barbosa – que é o braço direito do ministro da Casa Civil, José Dirceu. Este é o segundo assessor de Dirceu envolvido em escândalos públicos, que quase levou à saída do ministro e em muito afectou a popularidade do presidente da República brasileiro. O assessor Waldomiro Diniz foi acusado de «lavagem de dinheiro» através da actividade de jogo no Rio de Janeiro.

A nova acusação está a ser investigada pela Promotoria de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. A revista brasileira descreve que 50 facturas falsas foram emitidas por empresas «fantasmas» e localizadas na contabilidade da Agora que serviam para desviar parte do dinheiro de programas de formação profissional de jovens.

O acusado afirmou, segundo a «Veja on-line», que as acusações são «ilações e ‘inverdades’». O assessor afirma ainda que se orgulha de ter participado da Agora e, que as acusações devem ser dirigidas à comissão executiva da ONG e ao à sua pessoa.

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A entidade adiantou, por seu lado, que os recursos públicos e privados recebidos foram aplicados em programas voltados ao combate à fome e ao desemprego, acrescentando que, «se houve erros, eles são de natureza contabilística». A organização anunciou que vai fazer auditorias para tentar descobrir o que aconteceu.

Esta acusação acontece num momento em que Lula da Silva está fora do país. Inicia uma semana de visita à China, que é o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás do Estados Unidos e Argentina, para fomentar uma maior cooperação entre os dois países.

No ano passado, mais de 1.600 empresas brasileiras exportaram para a China. Na viagem deve ser anunciada uma parceria para exploração conjunta de petróleo, um acordo da Telemar Norte Leste com a China Telecom, outra da Varig com a Air China e um da Brasilinvest com o Citic Group.

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