Ao mesmo tempo que Portugal é considerada a “Economia do Ano” entre os países da OCDE, discute-se na rua o novo “pacote laboral” apresentado pelo Governo. O ímpeto reformista de Montenegro, supondo que é para levar a sério, começou provavelmente por onde menos falta fazia. É sempre possível produzir alterações legislativas que ajudem a criar dinâmicas económicas mais fortes e por essa via aumentar a produtividade das empresas. Mas não é evidente, nem mesmo para o tecido empresarial, que exista uma necessidade premente de reformar as leis do trabalho. Mais relevante seria, por exemplo, avançar para uma reforma fiscal que aliviasse a pesada carga de tributações diversas que imperam sobre trabalhadores e empresas. Não é definitivamente a legislação laboral que impede a economia de crescer. Nem tão pouco a causadora das nossas fragilidades estruturais.